Moradores no residencial Vida Nova Araçatuba (SP), conjunto habitacional no complemento da rua Aviação que teve as chaves dos 540 imóveis entregues em dezembro de 2024, procuraram a reportagem para pedir ajuda, afirmando que há falta de segurança no bairro.
Uma moradora informou que na manhã desta sexta-feira (4), a vizinha dela teve a casa invadida por um homem desconhecido, que teria cortado os cabos das câmeras de monitoramento. De acordo com ela, há imagens do momento em que ele chega ao imóvel com um carro e estaciona na frente da residência invadida.
Ela disse que a polícia foi acionada, mas não teria registrado um boletim de ocorrência porque, apesar de ter invadido o imóvel, o suspeito teria fugido sem levar nenhum bem de valor. “Estou mandando mensagem como um pedido de socorro. O meu bairro está extremamente perigoso, são muitos roubos e não existe policiamento”, informou a moradora.
Também pela manhã, outra moradora no residencial mandou mensagem para a reportagem informando sobre a necessidade de reforçar a segurança no bairro. “Não é possível a gente trabalhar tanto, sair de casa, para um infeliz invadir a casa da gente e roubar”, comentou.
Providências
A reportagem procurou a Polícia Militar, que informou por meio da assessoria de imprensa, que de janeiro e junho deste ano, foram registradas 11 ocorrências de furto no bairro.
A corporação afirma que o 2º BPM/I (Batalhão da Polícia Militar do Interior), responsável pelo policiamento preventivo em 31 municípios da região, vem monitorando atentamente o crescimento de pequenos furtos cometidos por pessoas em situação de rua, especialmente nas regiões centrais das cidades que compõem sua área de atuação.
“Embora os autores sejam frequentemente detidos em flagrante pelas equipes da Polícia Militar, muitos acabam sendo liberados nas audiências de custódia, o que favorece a reincidência e impacta diretamente na sensação de insegurança da população".
Desafio
Ainda em nota, a PM informa que essa realidade não é exclusiva de Araçatuba, se repetindo em diversos municípios do interior paulista. Segundo a polícia, isso “evidencia um desafio que extrapola a esfera da segurança pública e assume contornos sociais, exigindo respostas interinstitucionais e integradas”.
E acrescenta: “As causas, geralmente associadas à dependência química, abandono familiar e extrema vulnerabilidade, requerem políticas públicas coordenadas entre os órgãos de segurança, assistência social, saúde e Poder Judiciário” .
Providências
A nota afirma que o 2º BPM/I tem atuado de forma proativa, não apenas intensificando o policiamento ostensivo nas áreas sensíveis, mas também buscando soluções articuladas junto às prefeituras e demais instituições públicas.
Entre as medidas em desenvolvimento, a polícia cita o levantamento e monitoramento de indivíduos em situação de rua com reincidência criminal; encaminhamentos a serviços de acolhimento e tratamento para dependência química; atuação conjunta com os setores de assistência social para garantir abordagens humanizadas e eficazes; o fortalecimento das ações de policiamento orientado para o problema (POP); e a promoção de campanhas de prevenção e conscientização junto ao comércio e à população.
“O comandante do 2º BPM/I, major PM Moacyr Caldeira Júnior, ressalta que a Polícia Militar está atenta a esta nova demanda e seguirá trabalhando com firmeza, responsabilidade e diálogo interinstitucional para enfrentar esse problema com inteligência, humanidade e determinação", informa a nota.
Denúncias
Ainda de acordo com a PM, a sociedade pode colaborar denunciando práticas ilícitas pelo telefone 190 ou por meio do Disque Denúncia 181.
A reportagem também procurou a Prefeitura, questionando se chegou algum tipo de pedido de ajuda e se houve algum contato com a construtora responsável pelo residencial.
Porém, segundo a administração municipal, a Guarda Civil Municipal desconhece o caso. “O atendimento é realizado quando há solicitação via 153. E dia e noite é realizado patrulhamento pela cidade”, informa em nota.