O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público, deflagrou na manhã desta sexta-feira (29), a Operação Laços de Família, contra acusados de integrar núcleos criminosos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que estariam envolvidos com o tráfico de drogas em presídios da região de Araçatuba.
O foco central da operação é Mirandópolis. A ação é resultado de investigações que revelaram que há anos o grupo manteria uma estrutura organizada voltada ao tráfico de drogas, para abastecer com entorpecentes as unidades prisionais da região.
Com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, as equipes saíram às ruas para cumprir 19 mandados de prisão temporária em Mirandópolis e 23 mandados de busca e apreensão. Segundo o que foi divulgado, também foi cumprido um mandado de prisão preventiva em Araçatuba.
Durante o cumprimento de um dos mandados em Mirandópolis, um dos alvos teria resistido à abordagem, foi baleado e morreu. Por enquanto não há informações oficiais sobre a identidade desse homem e sobre a suposta participação dele no grupo investigado.
Esquema
Segundo o que foi divulgado pelo Ministério Público, as investigações apontaram que o grupo seria composto por três núcleos distintos, estruturados com fortes vínculos familiares, transmitidos de geração em geração, o que garantia estabilidade e expansão contínua no tráfico.
Essa “blindagem familiar” favorecia, ainda, a cooperação com a facção paulista atuante no sistema prisional. Parte dos investigados cumpriu pena em presídios da região e manteria atuação ativa, implementando um esquema de infiltração de drogas dentro das unidades prisionais. Durante a operação, foram apreendidas drogas, valores em espécie e aparelhos celulares.
Sistema prisional
Ainda de acordo com o que foi divulgado, a investigação permitiu a intervenção no sistema prisional, com o apoio da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), resultando na apreensão de celulares em uma unidade prisional da comarca de São José do Rio Preto.
A investigação apurou que os equipamentos eram utilizados por integrantes do PCC para manter contato direto com o núcleo criminoso instalado em Mirandópolis, para viabilizar o abastecimento de drogas e o gerenciamento de pagamentos relacionados ao tráfico.
Nome
Segundo o MP, o nome da operação reflete o caráter permanente e estável dos vínculos familiares que sustentavam a organização criminosa, conferindo-lhe durabilidade, expansão e maior dificuldade para repressão estatal.
A operação contou com a articulação de promotores de Justiça e servidores do Gaeco, como o apoio integrado da Polícia Militar, da Polícia Civil e da SAP. Foram mobilizadas 61 equipes operacionais, compostas por 129 policiais militares, 54 agentes da Polícia Civil, três equipes do Canil e do suporte aéreo do Helicóptero Águia, ambos da Polícia Militar.
“A ação representa mais um passo decisivo na integração entre Ministério Público e forças policiais, reafirmando o compromisso institucional no combate à criminalidade organizada, a proteção da sociedade e higidez da segurança pública e paz social”, informa nota divulgada à imprensa. (Com informações da assessoria de imprensa do MP)