Por Eliane Cabral
É um fato, é estatístico: as telas, o mundo virtual estão afetando a Saúde Mental. O mundo virtual tem afetado a todos; emocionalmente, socialmente e cognitivamente.
A pergunta que se faz urgente fazer é: onde estamos posicionando o mundo virtual, as redes, as telas na nossa vida? É urgente reposicionar e ressignificar a nossa relação com o mundo virtual. Essa relação tornou-se tóxica, abusiva e adoecida.
Temos visto uma nova subjetividade produzida pelo mundo virtual; mas não é função do mundo virtual produzir subjetividades. A subjetividade é constituída nas relações humanas; e isso traz consequências: prejuízo na regulação emocional, ausência da estima de si, transtornos de imagem, habilidades sociais em prejuízo e muitas outras questões.
O mundo virtual hoje é a maior droga da contemporaneidade (é dopamina rápida a todo momento); e isso achata a subjetividade, empobrece psíquicamente e diminuiu o repertório de relações humanas. A subjetividade requer tempo, silêncio, escuta; tudo que o virtual não oferece.
Estamos diante de uma falta de letramento digital. Um mundo que acontece em paralelo, um mundo perigoso (que adoece, deprime e até mesmo mata).
Para crianças: atenção, concentração, desenvolvimento, pedofilia, etc.
Para adolescentes: bullying, isolamento, pornografia, vazio, etc.
Adultos: Adicção em jogos de azar, pornografia, endividamento, vícios, etc.
Para idosos: golpes, sedentarismo, fake news, etc.
Essa realidade nos convoca a uma reflexão sobre a necessidade de se buscar caminhos saudáveis para a relação humanos x mundo virtual.
Afeto, vínculo humano, presença, diálogo são insubstituíveis e necessários para a vida humana.
A quantas anda a sua relação com o mundo virtual? O quanto essa relação tem afetado sua Saúde Mental e Emocional?
Por uma cultura de cuidados com a Saúde Mental.
Setembro Amarelo: de Setembro a Setembro.
*Eliane Cabral é Psicóloga Clínica, Especialista em Prevenção e Pósvenção em Suicídio, Especialista em Saúde Mental; Percurso em Psicanálise
**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação