Por Cassio Betine
Você já deve ter visto alguns vídeos de uns robôs com cabeça, pernas e braços dando pirueta, carregando caixas, andando de skate e exibindo outras habilidades. Pois é, sabe aquela história do sapo na água? Aos poucos, esses robôs, conhecidos como humanoides, estão ganhando cada vez mais espaço e começando a fazer parte do cotidiano humano.
Alguns endinheirados compram essas máquinas apenas para se divertir, por outro lado, empresas usam para aumentar sua eficiência e produtividade. Eles estão cada vez mais ágeis, fortes e inteligentes. Estão emergindo como uma inovação tecnológica revolucionária que está realmente transformando o mercado global. E são projetados para isso mesmo, revolucionar os negócios, imitando uma das máquinas mais perfeitas que existe - o ser humano.
Um dos principais campos que eles estão atuando é na indústria automotiva, onde empresas como Mercedes-Benz e Zeekr os empregam em suas fábricas para tarefas como montagem de peças e transporte de materiais. Além disso, na logística, modelos como o robô Digit, desenvolvido pela Agility Robotics, estão otimizando o fluxo de trabalho em depósitos.
No setor de serviços, humanoides como o Ameca, criado pela Engineered Arts, estão sendo integrados a ambientes comerciais e eventos para interagir com clientes. Na saúde e assistência pessoal, eles oferecem suporte em tarefas repetitivas e perigosas, contribuindo para melhorar a eficiência e a segurança no trabalho. Dá um “Google” aí para ver alguns desses robôs em ação.
As tecnologias embarcadas nessas máquinas são surpreendentes e muito sofisticadas. Sua estrutura combina elementos criados a partir de materiais leves e resistentes, como alumínio ou plástico, para garantir mobilidade e robustez para composição de seus membros, como tronco, cabeça, braços e pernas.
Os motores e atuadores permitem que executem movimentos articulados, enquanto sensores sofisticados, como câmeras, microfones e sensores táteis, permitem que eles captem com precisão informações do ambiente ao seu redor. Todo o funcionamento é coordenado por sistemas de inteligência artificial e outros sistemas específicos que processam os dados recebidos e comandam suas ações. Além disso, são alimentados por baterias ou fontes de energia internas e externas para garantir seu funcionamento.
Pesquisadores e cientistas do mundo todo estão descobrindo a todo momento novas tecnologias e soluções para serem empregadas nessas máquinas, de forma que as deixem cada vez mais autônomas, tanto quanto à sua alimentação (consumo de energia), quanto à sua capacidade de tomada de decisões. Assim como, novos materiais híbridos, muito assemelhados aos orgânicos, como músculos, membranas, pele, etc estão sendo criados em laboratórios através de células vivas.
Diversas empresas estão investindo muita energia e dinheiro no desenvolvimento e fabricação desses robôs. E sua utilização abrange praticamente todo setor de mercado que você possa imaginar.
Sobre eles tirarem posições de trabalho dos humanos. Sim, já estão tirando e a tendência é que tirem cada vez mais. Com um mercado projetado para atingir bilhões de dólares nas próximas décadas, o futuro desses humanoides é promissor e, ao que parece, inevitável.
Apesar dos desafios normais de custos elevados e questões de segurança, esses robôs têm grande potencial de transformar diversos setores quando estiverem numa fase mais avançada. Não há dúvida de que estamos diante de uma revolução tecnológica que mudará para sempre a forma como trabalhamos e interagimos com essas máquinas.
O avanço desse tipo de robô humanoide e sua presença cada vez maior em nosso cotidiano nos leva a refletir sobre como será esse convívio e interação com essas máquinas que, possivelmente, um dia poderão ser bem parecidas com nós. Consegue pensar nisso?
*Cassio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos
**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.