Por Fil Bosco
Com a perceptível instabilidade econômica brasileira, muitos empreendedores estão desnorteados e estabelecendo decisões fundamentadas pelo receio, quando deveriam observar que há oportunidades em movimento. A real ameaça não está na instabilidade, e sim em reagir sem um planejamento estratégico adequado.
Ao realizar uma iniciativa sem um embasamento fundamentado, sob juros exorbitantes, pode aniquilar o seu capital e adormecer a sua empresa. Contudo, ao não estabelecer escolhas é não abraçar a oportunidade de sobreviver, de crescer mesmo com o mercado fora de ritmo ou de explorar novos mares.
Com base neste contexto, de uma maneira básica e simplista, acreditamos que pode ser o momento de o empreendedor identificar oportunidades, inovar e assumir riscos para criar algo, pois é criativo e visionário. Conhecendo o seu mercado, estabelecendo uma marca forte e administrando de forma eficiente, há uma grande probabilidade de superar e de se sobressair em relação aos demais players.
Esta questão está muito enraizada em uma visão estratégica para planejar e adaptar-se às mudanças e enxergar que em tempos de crises existem desafios e, principalmente, oportunidades.
No ambiente atual, onde as transformações são rápidas e com grandes concorrências, muitos enfrentam certos dilemas: crescer em um mercado saturado ou buscar caminhos alternativos. A Estratégia do Oceano Azul, conceito criado pelos professores do INSEAD, W. Chan Kim e Renée Mauborgne, oferece exatamente essa segunda opção: inovar e crescer onde não há concorrência direta.
Escreveram o livro “Blue Ocean Strategy”, em 2005. Neste, definiram que o melhor jeito de vencer os concorrentes é parar de competir. A palavra conceituada para o sucesso é inovar, ao explorar novos mares. Comentam que, mesmo não conseguindo desbravar esse oceano totalmente, já basta implementar ideias inovadoras que proporcionem diferencial competitivo à sua empresa.
Dessa forma, podemos dizer que a questão de crescer em um mercado saturado e em um ambiente hostil está totalmente relacionado ao Oceano Vermelho. Esse representa os mercados já existentes, concorrentes diretos, onde diversas empresas oferecem produtos ou serviços semelhantes, brigando por preço, atenção e fatias de um público limitado. É um ambiente de sobrevivência, com margens apertadas, fidelização difícil e alto custo de aquisição de clientes.
Porém, a opção de inovar e crescer está onde não há concorrência direta, é exatamente usar a proposta do Oceano Azul, que é simples e poderosa, pois em vez de competir, estabelece um novo espaço de mercado. É nesse espaço que se encontram novas demandas.
O circo “Cirque du Soleil” (circo do Sol em português) é uma companhia canadense de entretenimento, fundada em 1984, que navegou pelo Oceano Azul e transformou o conceito de circo, ao eliminar os elementos tradicionais da época, como animais, palhaços e artistas de elevado custo. Ele combina elementos de circo, teatro, música e dança.
Com essas iniciativas, a companhia elevou a arte do circo a um novo nível, combinando componentes convencionais com fatores modernos e inovadores. Essa nova roupagem, é caracterizada principalmente pelo entretenimento inovador, visuais e cenários deslumbrantes, acrobacias de tirar o fôlego. É mundialmente reconhecido. Existem muitos outros exemplos.
Então, como explorar as oportunidades contidas no universo do Oceano Azul?
Desafie as regras do seu setor, encontre os não-clientes, inove em valor, não só em tecnologia, crie experiências completas, não apenas produtos. Quem deseja se manter relevante não deve apenas correr atrás de mercado, devem criar o seu próprio. A Estratégia do Oceano Azul mostra que é possível crescer com propósito, inovação e visão de longo prazo.
Neste contexto, podemos dizer que o empreendedor visionário trabalha arduamente em todos os momentos, buscando novas oportunidades, através da capacidade de antecipar o futuro, de enxergar tendências e de criar soluções inovadoras para problemas complexos. Apresenta uma visão clara e ousada, busca ir além do que é considerado normal ou possível, impulsionando mudanças e transformações.
O meu respeito e admiração aos corajosos Empreendedores, em um mundo de incertezas.
Empresas que Inovam Não Competem .
Fil Bosco
Contador, pós-graduado e MBA em Gestão Empresarial. Pós-graduando em Gestão Pública. Bancário por 39 anos, sendo 30 em auditoria. Agropecuarista. Concorreu ao pleito na eleição para prefeito de Braúna-SP.
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