Opinião

Desafios pessoais para o novo ano

"Outro grande desafio será entender que o valor da vida está no presente, nunca no passado e nem no futuro"
Da Redação
02/01/2025 às 09h02
Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Por José Márcio Mantello

 

Dizer que a vida é desafiadora, é dizer o óbvio. Todos os dias ela nos apresenta desafios, alguns esperados, mas, na maioria, inesperados.

 

Também não há um calendário específico para que eles aconteçam. Todavia, resolvi fazer um exercício de reflexão sobre os possíveis desafios que enfrentarei pessoalmente nesse novo ano.

 

Um dos desafios será a capacidade de entender que o processo de envelhecimento é feito da consciência de ir se retirando aos poucos do mundo das aparências. Sim, à medida que os anos chegam e passam, vamos nos desapegando da necessidade de querer ser ou parecer ser, o que realmente não somos. O passar dos anos vai nos arrancando do mundo das ilusões (nisso está a importância de enfrentarmos as DES-ILUSÕES).

 

Também nessa seara do envelhecimento, caberá a mim escolher ser um idoso ou um “velho”. Idoso é aquele que ainda sonha, velho é aquele só dorme. O idoso ainda tem desejo de aprender, o velho já nem quer mais ensinar. Idoso ainda possui planos, velho é aquele que só tem saudades.

 

Outro grande desafio será entender que o valor da vida está no presente, nunca no passado e nem no futuro.

 

Já perdi esse valor imensurável do momento presente, tentando recordar os momentos felizes que vivi no passado (que já acabou). Outras tantas vezes, perdi a dádiva do presente, me preocupando excessivamente com o futuro (que ainda nem existe). Esse pêndulo entre esses dois tempos é o responsável direto pelas nossas depressões (que nos aprisiona no passado) e nossas crises de ansiedade (que nos adoece antes do futuro). Encontrar o equilíbrio entre esses dois tempos e viver o “aqui e o agora” é um dos desafios mais gigantescos que tenho diante de mim.

 

Profissionalmente, como advogado criminalista e operador do direito, o desafio será o de não me curvar e muito menos normalizar uma “justiça” que se manifesta muito mais pela subjetividade ególatra do julgador do que pela objetividade garantista da Lei.

 

Continuar me indignando e inconformado diante de tais decisões, será não apenas um enorme desafio, como a força motriz para levantar todos os dias da cama, sem perder a esperança, que a balança da justiça ainda merece confiabilidade.

 

Religiosamente, embora prefira outro termo, meu desafio será viver uma espiritualidade saudável e consciente; uma espiritualidade que não seja contaminada pelas alucinações ou idiossincrasias da religiosidade humana, muito menos, aquela escondida por trás das máscaras da falsa piedade e da hipocrisia.

 

Quero confessar e viver uma fé que me identifica com Aquele que é o Autor e a razão do meu credo e da minha fé, o Deus que se fez homem a fim de se identificar com as mazelas e frustrações da humanidade.

 

Quero continuar crendo no Cristo que veio para romper com toda forma de prisões criadas em nome de Deus; Naquele que, após ouvir a confissão (reconhecimento do seu erro) de um fora da lei, disse: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraiso”.

 

Continuar vivendo o desafio de viver um Evangelho de verdade, e não aquele apenas de ritos e regramentos, um Evangelho que extrapola o cercadinho onde os homens, pretensiosamente, querem limitar Deus e Sua Graça incompreensível.

 

Por fim, quero enfrentar o desafio de se reinventar e seguir em frente dia após dia, pois, a vida continuará colocando diante de nós provas aparentemente insuperáveis, como a perda de pessoas que amamos, derrotas em algumas batalhas, dias difíceis de se viver, traições, frustrações, decepções, etc.

 

Todavia, quero que cada cicatriz deixada por esses enfrentamentos, se torne uma marca da minha resiliência. Afinal, se estamos tendo a graça de terminar e iniciar um novo ciclo cronológico, é sinal que já enfrentamos tantos outros desafios e permanecemos em pé.

 

Portanto, meu desejo para você é que, nesse novo ano, independente de quantos e quais sejam os seus desafios, que você os enfrente, sabendo que nem sempre vencerá todos, mas certamente, poderá aprender com cada um deles e, assim, acrescentar em sua experiência de vida.

 

Feliz e desafiador 2025!

 

*José Márcio Mantello é advogado criminalista na comarca de Araçatuba e Teólogo

Graduado em Direito pela UNITOLEDO; Pós-Graduação em Docência do Ensino Técnico e Superior pela UNITOLEDO; Pós-Graduação em Prática Penal Avançada pelo DAMÁSIO EDUCACIONAL; Especialização em Execução Penal pelo IDPB – Rio de Janeiro

Atuação no Tribunal do Júri

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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