Por Bruno Souza
Discutir a catástrofe climática no Rio Grande do Sul requer sensibilidade e consideração pelos sentimentos das crianças, bem como pelas consequências da tragédia. Quando se trata de falar sobre uma adversidade com os pequenos, especialmente algo tão sensível quanto um desastre natural ou outra situação trágica, é importante adaptar a conversa de forma adequada à sua idade e nível de compreensão.
Ao falar sobre o que está acontecendo no Rio Grande do Sul com as crianças no ambiente escolar, e também nas famílias, o principal ponto é oferecer informações verdadeiras. As crianças estão atentas e acompanham as notícias, seja por meio de outros adultos, TV ou outros meios de comunicação. Tentar ocultar a realidade pode gerar desconfiança e ansiedade. Portanto, é fundamental abordar a situação com honestidade, usando uma linguagem simples e direta, adequada à faixa etária delas.
Abordar a tragédia é uma oportunidade de refletir sobre as consequências das crises climáticas e de promover a solidariedade por meio de gestos concretos. Explicar às crianças como pequenas ações, como doações materiais, cartas ou desenhos, podem expressar esperança, carinho e empatia. Isso não apenas ajuda as vítimas, mas também ensina as crianças sobre a importância de cuidar dos outros e de nosso planeta.
A conversa deve trazer mensagens de esperança, segurança e ações positivas. As crianças precisam saber que, mesmo em tempos difíceis, existem maneiras de ajudar e melhorar a situação. Um ponto fundamental é exemplificar como as pessoas estão se unindo para ajudar umas às outras, explicando o que são as ações dos voluntários. Mostrar que há bondade e solidariedade em meio à tragédia pode ser reconfortante e inspirador para as crianças.
Durante o papo, as crianças devem ser encorajadas a fazer perguntas. É natural que elas tenham muitas dúvidas e preocupações. Preparar-se para respondê-las da forma mais sensível possível é crucial. Escute atentamente e responda com clareza, sem minimizar a gravidade da situação, mas também sem exagerar nos detalhes que possam causar medo.
Pais e educadores desempenham um papel essencial nesse processo. Eles devem estar atentos aos sinais de ansiedade ou tristeza nas crianças e proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para que elas expressem seus sentimentos. Ler livros sobre superação de desafios e assistir juntos a notícias apropriadas podem ser maneiras eficazes de abordar o tema.
Falar com as crianças sobre a tragédia no Rio Grande do Sul não é uma tarefa fácil, mas é necessária. Ao fornecer informações verdadeiras, promover a solidariedade e destacar as ações positivas, podemos ajudar as crianças a entender a situação de maneira mais clara e esperançosa. É uma oportunidade para ensinar lições valiosas sobre empatia, responsabilidade e a importância de cuidar uns dos outros em momentos de crise.
Bruno Souza é empresário do ramo de Educação em Araçatuba e Birigui
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