Por Eliane Cabral
O bebê humano precisa de um outro humano para ser humanizado. Por isso, somos constituídos pelos ditos, pelas falas do Outro. No entanto, nem sempre esses ditos, essas falas fazem bem, são “bem ditas”; e quando são “mal ditos”, fazem com que tenhamos um olhar de depreciação e desvalor sobre nós (baixa autoestima).
Freud postulou: “As palavras podem fazer um bem indizível e causar terríveis feridas. Adoecemos de e por palavras e de e por palavras somos curados”.
Quando alguém foi constituído com violência, agressividade, desprezo, palavras duras, humilhação, depreciação; ela se olhará como alguém sem valor. Para essas situações, cabe uma metáfora com o sol: o sol cria, ilumina, aquece; mas sol em excesso seca, queima e destrói.
Você sabe quem você é para além da fala, para além do dito do Outro? Qual imagem você tem de si? Quais marcas você carrega a respeito do que disseram que você era?
Rejeição, depreciação, desamor faz marca na vida do sujeito. Afeta a Saúde Mental e Emocional profundamente.
Se ancorar no discurso, na fala do Outro é um perigo angustiante e adoecedor. É preciso saber o que somos e o que não somos. Estamos adoecendo por inúmeros motivos e um deles é não cuidar, negligenciar nossas dores emocionais causadas pelos ditos (mal ditos) do Outro.
Por uma cultura de cuidados com a Saúde Mental.
Setembro Amarelo: de Setembro a Setembro.
Eliane Cabral é Psicóloga Clínica, Especialista em Prevenção e Pósvenção em Suicídio, Especialista em Saúde Mental; Percurso em Psicanálise
**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação