Opinião

A chupeta da Geração Z: moda ou frescura

"Mas por que essa galera estaria recorrendo a um objeto tão associado à primeira infância?"
Da Redação
24/08/2025 às 07h16
Imagem gerada por MetaAI Imagem gerada por MetaAI

Por Cassio Betine

 

Recentemente, uma tendência curiosa e, para muitos, desconcertante, tem ganhado espaço entre jovens adultos, especialmente da geração Z — aqueles que têm entre 14 e 28 anos: o uso de chupetas. Isso mesmo! Se você não ouviu falar sobre esse assunto, é um comportamento que está acontecendo. 

 

O que poderia ser facilmente confundido com uma brincadeira ou uma provocação estética para ganhar likes nas redes sociais, revelou-se, na verdade, como um fenômeno mais sério, ligado à saúde emocional, à busca por conforto e à regressão comportamental - segundo alguns especialistas.

 

A prática começou a ganhar notoriedade em plataformas como TikTok, Weibo e Douyin, onde vídeos de jovens utilizando chupetas viralizaram com milhões de visualizações. No Ocidente, a moda chegou com força, despertando reações que vão do humor ao espanto. No Brasil, inclusive, celebridades como Ari Fontoura já comentaram sobre o assunto, ora com leveza, ora com preocupação. Em lojas online chinesas, modelos de chupetas adaptadas para adultos são vendidos em larga escala. São maiores, mais resistentes e, em alguns casos, até estilizadas para parecerem menos infantis.

 

Mas por que essa galera estaria recorrendo a um objeto tão associado à primeira infância? A resposta, segundo especialistas, está na tentativa de aliviar sintomas de ansiedade, estresse e compulsões. Muitos relatam que o ato de sugar a chupeta traz uma sensação de segurança e tranquilidade, remetendo à infância — uma fase da vida marcada pela ausência de responsabilidades e pela presença constante de cuidado.

 

Também, esse comportamento pode ser interpretado como uma forma de regressão emocional, ou, uma tentativa de escapar das pressões do mundo adulto, criando um atalho para aliviar desconfortos psicológicos. No entanto, alerta que essa infantilização pode limitar a capacidade da pessoa de lidar com os desafios reais da vida.

 

Embora possa parecer inofensivo à primeira vista — e bem esquisito, diga-se de passagem, o hábito pode trazer consequências físicas e sociais. Do ponto de vista odontológico, o uso prolongado da chupeta pode causar má oclusão dentária, alterações na musculatura facial e até ranger dos dentes.

 

Um estudo da Universidade de São Paulo indicou que o uso excessivo de chupetas na infância aumenta significativamente o risco de fumar na adolescência ou na vida adulta. Além disso, há também o impacto social: o uso da chupeta por adultos pode gerar constrangimento, dificultar relações interpessoais e até prejudicar a imagem profissional. Imagina seu amigo de trabalho ter que tirar a chupeta para conversar.

 

Há quem explique esse fenômeno bizarro devido ao contexto em que a geração Z está inserida. Jovens que cresceram em meio a crises econômicas, mudanças climáticas, pandemias e uma hiperexposição digital podem se sentir emocionalmente exaustos e inseguros (para o autor aqui, parece só mimimi mesmo).

 

Há tantas outras formas, digamos, mais saudáveis e menos constrangedoras para lidar com ansiedade e estresse como por exemplo, terapias, meditação, mindfulness, exercícios físicos, técnicas de respiração, bolas antistress, aromaterapia etc etc, que também podem ser bem eficazes. 

 

Na verdade parece mesmo uma modinha woke sem sentido. Afinal, se há tantas formas de resolver problemas, por que então, aderir a essa prática infantil?

 

Cassio Betine: Pós-graduado em Tecnologias da Aprendizagem, Bacharel em Artes e Desenho Industrial. Coordenador e Mentor de Negócios e Eventos. Autor de livros, artigos e produtor de conteúdos diários sobre Tecnologia, Inovação e Comportamento. É empreendedor em outros negócios e fundador da F7Digitall.com – Tecnologia & Comunicação.

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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