Vereador mais votado em Araçatuba, Pugina promete um mandato propositivo

O publicitário João Pedro Trevisan Pugina (PL), o Pugina, assumirá seu primeiro mandato como vereador de Araçatuba (SP) em 1º de janeiro de 2025, com o currículo de ser o candidato mais jovem e também o mais bem votado. Nas eleições de outubro, ele recebeu 5.530 votos, o que corresponde a 2.201 votos a mais do que o segundo colocado, que teve 3.329 votos.

E apesar de ser um estreante na política, ele afirma que não pretende ser apenas um fiscalizador do Poder Executivo, pois terá como uma das missões, ser um interlocutor da cidade na busca de recursos para auxiliar o município. “Eu vejo que hoje muitas pessoas se escondem atrás de discurso, que elas pretendem ser eleitas para fiscalizar o Executivo, para fiscalizar os trabalhos da Prefeitura, mas eu acredito que muito além da fiscalização, o vereador pode ser uma pessoa propositiva para a cidade, pode apresentar alguns projetos”, disse em entrevista ao Hojemais Araçatuba.

Ele citou que pretende fazer um mandato bem propositivo e atuar na busca de recursos de emendas parlamentares para Araçatuba, pois vê poucos vereadores na atual legislatura se preocupando com essa função, que também cabe aos ocupantes do Legislativo Municipal. E, com isso, na opinião dele, quem sofre é a cidade. “Eu mesmo, sem mandato, enquanto era apenas pré-candidato, fui até Brasília (DF), conversei com alguns amigos meus deputados, e consegui uma emenda de R$ 600 mil para a Saúde em Araçatuba”, informou.

O vereador eleito contou que uma das coisas que deixou bem claro aos eleitores para os quais pediu votos na campanha, é que pretende triplicar essa verba e buscar a cada ano, mais recursos para a cidade, especialmente para a Saúde, que ele entende ser a área mais necessitada.

Reconhecimento

Pugina revelou que até para ele foi uma surpresa obter uma votação tão expressiva, apesar de ter trabalhado na campanha para ser eleito. “A forma como aconteceu eu não esperava, então agradeço a cada um que depositou a confiança no nosso trabalho, a cada um que compartilhou e fez campanha da sua foram e, acredito sim, que uma patê que despertou confiança nas pessoas foi esse envolvimento com a política fora de Araçatuba”, comentou.

Para ele, devido à cidade não ter representantes em Brasília e na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), essa possibilidade de ser uma figura para se colocar à disposição para buscar emendas efetivamente para a cidade, desperta esse interesse na população.

Relação com o Executivo

Pugina comentou que tanto ele quanto Zanatta foram eleitos com uma proposta bem independente. No caso do prefeito, houve a proposta de não oferecer cargos e, no caso, dele a proposta de estar sempre ao lado da população. “Então, eu acredito sim que vamos ter alguns embates futuramente, de repente um projeto que a nossa mente se diferencie um pouco, mas o meu compromisso são com as pessoas dessa cidade, é com a população, e o que eu pretendo fazer é sempre buscar a resposta deles. O que o povo estiver colocando pra mim, me apresentando, que seja o anseio deles na minha postura, na minha decisão, eu vou seguir a opinião do povo”, afirmou.

Liderança

Apesar de ser o vereador mais bem votado na eleição e naturalmente despontar como uma liderança, Pugina disse que de início não se vê, já ao assumir o mandato, pleiteando a presidência da Câmara.

“Tenho ainda muitas coisas a aprender, vou observar muito nesse primeiro ano, que para mim vai ser um ano pedagógico. Eu quero aprender um pouco de como funciona ali nos bastidores, toda parte legislativa, mas acredito que isso poderia também ferir um pouco daquilo que eu poderia fazer, que é me concentrar nessa parte de busca de verba, me concentrar na parte de propor coisas interessantes para a cidade. Eu vou dedicar pelo menos esses anos iniciais para que eu possa mergulhar mesmo nessas ideias, nesses projetos e apresentar o melhor para a cidade”, disse.

Remuneração

Em Araçatuba, o subsidio pago aos vereadores gira em torno de R$ 6,5 mil, enquanto em Birigui passará dos R$ 10 mil e em Penápolis, estará perto disso na próxima legislatura. Apesar dessa defasagem, Pugina disse que hoje votaria contra um reajuste no valor recebido pelos parlamentares.

“Hoje eu votaria contra. Eu acredito que o momento em que se encontra nossa cidade, aquilo que o povo tem visto, principalmente na parte da saúde, seria um completo desmazelo para o povo, votar um aumento do salário dos vereadores, enquanto tem gente morrendo, enquanto tem pessoas se tornando números”, comentou.

E reforçou que o vereador tem que ser o termômetro do povo e, hoje, de 100 pessoas, 99 seriam contra o aumento no valor dos subsídios. “Então eu, como representante do povo, como representante da população dessa cidade, seria uma completa falta de empatia da minha parte, votar pelo aumento dos vereadores, votar por aumento de salário, enquanto nós, como município, nos encontrarmos nessa atual situação”, declarou.

Ele também é contra o pagamento de gratificações aos assessores dos vereadores. “Não vou pagar gratificação, do mesmo jeito sou contra a forma que eles conduziram esse pagamento, foi justamente uma manobra para tentar colocar aquilo por baixo dos panos”, comentou, acrescentando inclusive a possibilidade de haver a chamada rachadinha, que é quando o dono do cargo eletivo fica com parte da remuneração do assessor.

Renovação

Por fim, Pugina se declarou muito feliz com a renovação que acontecerá na Câmara, onde apenas quatro dos 15 atuais vereadores retornarão para um novo mandato. “Em uma conversa com o Zanatta eu até disse a ele que acredito que nós estamos hoje com a oportunidade de mudar a história da política de Araçatuba, onde a política antes era feita com conchavos”, comentou.

Para ele, diante do fato de terem sido eleitos sem essa promessa de cargos, há um compromisso de fazer um trabalho sério, de apresentar para a cidade aquilo que se espera, que é a renovação. “Eu usei como tema de campanha, a frase ‘a esperança somos nós’, e eu justamente acredito muito nessa frase, eu acredito que a partir de um bom trabalho, nós podemos fazer com que as pessoas voltem a sua atenção novamente para a política, que as pessoas participem ainda mais, e acredito que esse é o momento ideal para a gente conseguir fazer isso”, concluiu.