Polícia

Robôs militares - já existem e tendem a crescer

"... não estamos falando de robôs virtuais, e sim de robôs que se movem, superam obstáculos, saltam, manipulam objetos, voam"
Lázaro Jr.
16/06/2024 às 19h07

Por Cassio Betine

 

O uso de robôs para fins militares está avançando na mesma medida em que as tecnologias avançam em outras áreas, onde cada vez mais, as máquinas autônomas e sistemas de inteligência artificial estão assumindo o protagonismo. E neste caso em específico, não estamos falando de robôs virtuais, e sim de robôs que se movem, superam obstáculos, saltam, manipulam objetos, voam.

 

Atualmente, existem vários experimentos com sistemas robóticos operacionais que podem desempenhar uma variedade de funções, desde logística até reconhecimento e combate direto. Os Estados Unidos, por exemplo, têm sido pioneiros nesta área, com iniciativas como o programa Replicator, que visa implantar milhares de "drones robôs" em campos de batalha nos próximos anos, reduzindo assim as baixas humanas e aumentando a eficiência operacional. 

 

A China também é uma potência emergente na robótica militar. Eles estão produzindo cães robôs que estão sendo incorporados em operações militares, marcando um avanço significativo na robótica aplicada à defesa. Recentemente, publicaram vídeos desses cães-robôs armados durante exercícios militares com o Camboja, onde foram equipados com espingardas automáticas e operados à distância.

 

Esses cães robóticos são projetados para realizar tarefas de reconhecimento, identificação e ataque a alvos, funcionando como forças de apoio em operações de combate urbano. A Força Aérea dos EUA também tem integrado cães robóticos em seu sistema de gerenciamento de batalha avançado, utilizando-os para detectar e neutralizar ameaças com o auxílio de inteligência artificial e análise rápida de dados. 

 

A Rússia, por sua vez, tem demonstrado o uso eficaz de sistemas robóticos em conflitos recentes, utilizando drones e outras tecnologias autônomas para ganhar vantagem tática. Na Europa, a OTAN está investindo em veículos terrestres não tripulados para fortalecer a defesa dos países membros, com um foco particular na proteção contra possíveis ataques de inimigos. Além disso, o Reino Unido expressou interesse em integrar um número significativo de robôs em suas forças armadas na próxima década, refletindo uma tendência global em direção à automação militar.

 

A princípio, todo esse esforço para colocar máquinas no lugar de humanos parece nobre, mas a questão levantada por muitos é sobre o perigo da criação de máquinas assassinas que poderiam operar sem o devido controle humano (ou com controle voluntário de criminosos) ou simplesmente sofrerem algum tipo de erro de sistema que pudesse provocar alguma tragédia.

 

O risco disso acontecer é grande, assim como acontece com as tecnologias em outras áreas. De qualquer forma, essas máquinas superam o homem em força e até mesmo em capacidade sensorial, o que, de certa forma, nos coloca em situação vulnerável. Organizações internacionais e grupos de direitos humanos já estão pressionando por regulamentações para o uso de tais tecnologias, buscando assim evitar esse tipo de consequência.

 

A Campanha para Parar os Robôs Assassinos, apoiada por mais de 60 países, incluindo o Brasil, é um exemplo desses esforços para estabelecer limites éticos e legais no campo da robótica militar. Se os esforços vão funcionar ou não, veremos. 

 

*Cássio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

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