Polícia

PF prende em Araçatuba acusado de participar de esquema sofisticado de contrabando de mercadorias

Grupo utilizaria empresas de fachada e somente uma operadora do esquema teria movimentado mais de R$ 1 bilhão em pouco mais de 1 ano
Lázaro Jr.
02/09/2025 às 10h47

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (2), em Araçatuba (SP), um homem acusado de integrar um suposto grupo criminoso especializado em importar mercadorias de forma irregular, principalmente produtos eletrônicos, para comercializar em uma das maiores plataformas de e-commerce do país.

 

A prisão em flagrante por contrabando e descaminho ocorreu durante a "Operação Hawala", para cumprimento a cinco mandados de busca e apreensão em endereços em Araçatuba e São Paulo. Os mandados foram expedidas pela Justiça Federal de São Paulo, que também determinou o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias dos investigados.

 

Segundo a Polícia Federal, durante as buscas foram apreendidos seis celulares com os investigados, um veículo Mercedes-Benz e um Jeep Compass; uma pistola Taurus, uma espingarda CBC e diversas munições; pen drives, HDs, drones e mercadorias como celulares, relógios, magic mouses, AirTags e perfumes importados.

 

Investigação

 

De acordo com o que foi divulgado, as investigações tiveram início há aproximadamente dois anos e revelaram que o grupo utilizava uma complexa estrutura de empresas de fachada e sócios “laranjas” para importar mercadorias de forma irregular, principalmente produtos eletrônicos. 

 

O nome da operação, Hawala Digital, é uma referência à evolução do modo de agir do grupo, que utilizaria um sistema financeiro clandestino que espelha o antigo método “Hawala”, que é uma rede informal de transferências de valores baseada na confiança, que opera fora do sistema bancário tradicional.

 

A diferença é que os investigados teriam digitalizado essa prática. Assim, eles substituíram os doleiros convencionais para realizar operações de “dólar-cabo”, por operadores financeiros que convertiam os lucros obtidos em reais para criptoativos. 

 

A partir daí, os ativos digitais eram remetidos ao exterior para pagar os fornecedores das mercadorias, burlando os mecanismos de controle do sistema financeiro nacional e internacional.

 

Lavagem de dinheiro

 

Segundo a Polícia Federal, essa modalidade, apelidada de “Cripto-Cabo”, representa uma modernização da lavagem de dinheiro e da evasão de divisas, permitindo a movimentação de grandes volumes de dinheiro de forma rápida, anônima e transnacional. 

 

Ainda de acordo com a polícia, a investigação identificou que uma única empresa operadora do esquema teria movimentado mais de R$ 1 bilhão em pouco mais de um ano, pulverizando os recursos em diversas corretoras de criptoativos (exchanges).

 

Preso

 

O homem preso em flagrante foi apresentado na Delegacia da Polícia Federal em Araçatuba e após ser ouvido, deve permanecer à disposição da Justiça para ser apresentado em audiência de custódia.

 

Ele e os demais investigados devem responder de acordo com a participação de cada um no suposto esquema criminoso. Se condenados, as penas somadas pelos crimes de associação criminosa, descaminho, sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro podem ultrapassar 30 anos de prisão.

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