Polícia

Mulher acusada de matar o namorado a facadas em Araçatuba morre após passar mal no presídio em São Paulo

Reclamou de dores abdominais na madrugada da última quinta-feira e foi encaminhada ao hospital local, onde teve o óbito constatado no dia 1º
Lázaro Jr.
04/08/2025 às 21h47
Juliana Aparecida Pires Barbosa estava em um presídio em São Paulo (Foto: Reprodução) Juliana Aparecida Pires Barbosa estava em um presídio em São Paulo (Foto: Reprodução)

Morreu na última sexta-feira (1) em um presídio em São Paulo, Juliana Aparecida Pires Barbosa, 41 anos, que foi capturada em fevereiro deste ano pela Polícia Civil de Araçatuba (SP), acusada de ser a autora do assassinato do mecânico Daniel Siqueira Magalhães, 36.

 

O crime aconteceu em 29 de julho de 2024, na estrada vicinal Jocelin Gotardi, também conhecida como estrada do Veleiro, e teve grande repercussão, pois a vítima levou mais de dez facadas no pescoço, além de ter sido dopada com medicamentos.

 

Segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), a Polícia Penal informou que na quinta-feira (31) Juliana se queixou de dores abdominais e foi imediatamente encaminhada ao hospital local, sob escolta. "O óbito foi registrado no dia 1º como 'morte súbita, sem causa determinante aparente', e a direção do presídio instaurou apuração para acompanhar o caso", informa em nota.

 

Ainda de acordo com a secretaria, quando foi incluída na unidade prisional, em junho, Juliana relatou comorbidades para a equipe de saúde e informou que fazia uso de medicamentos controlados, que foram mantidos. A reportagem apurou que familiares dela iriam a São Paulo nesta segunda-feira (4), para reconhecimento oficial do corpo para liberação para velório e enterro.

 

Caso

 

Conforme divulgado na época, Daniel foi encontrado sem vida dentro do carro dele, após Juliana abordar um guarda municipal em outra estrada nas imediações, alegando que o namorado dela havia sido assassinado por dois homens. 

 

Depois, ela mudou a versão, alegando que estava sozinha com o namorado dentro do carro e ao ser apresentada no plantão policial, ainda estava sob efeito de medicamentos, apresentou declarações desconexas.

 

Investigação

 

O inquérito foi instaurado pela DH/Deic (Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais), chefiado pelo delegado Paulo Natal, e apurou que Juliana teria matado o namorado por ciúmes.

 

Houve pedido de mandado de prisão temporária, que foi negado pela Justiça, e quando o mandado de prisão preventiva foi decretado, a investigada não foi localizada nos endereços informados às autoridades.

 

Localizada

 

Desde a decretação da prisão foram realizadas diligências e com o trabalho de inteligência policial, foi apurado que ela estava residindo em São Paulo.

 

Após várias campanas, ela foi encontrada na madrugada de 27 de fevereiro, em operação para cumprimento de seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, em cinco bairros na cidade de São Paulo. Desde então, ela permanecia em um presídio na capital, onde morreu na quinta-feira. 

 

Denúncia

 

Juliana havia sido denunciada pelo Ministério Público por homicídio qualificado pelo motivo fútil, meio cruel e mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima. O que a investigação apurou é que ela mantinha relacionamento amoroso com a vítima havia aproximadamente 4 meses.

 

Porém, o ciúme exagerado estava incomodando a vítima, que pretendia encerrar o namoro. Naquela data, o mecânico combinou que passaria na casa dela no período da noite para conversarem e, como ela imaginou que ele estaria pretendendo pôr fim ao relacionamento, resolveu matá-lo. 

 

De acordo com a denúncia, para isso, ela colocou uma faca na bolsa e dissolveu a comprimidos de Diazepam em uma garrafa de água.

 

Lanchonete

 

Ao receber a visita do namorado, Juliana o convenceu a irem para outro lugar e os dois saíram com o GM Astra. Eles passaram em uma lanchonete, onde ela comeu um cachorro-quente, depois seguiram para a estrada vicinal e pararam na frente do residencial que estava em construção.

 

Enquanto estavam no carro, a mulher ofereceu a água com Diazepam para a vítima e, quando o namorador comunicou que terminaria o relacionamento, ela tirou a faca da bolsa e passou a atacá-lo com golpes no pescoço.

 

Ferimentos

 

Laudo do exame necroscópico apontou que a vítima sofreu 14 perfurações e que não teria reagido, pois não foram encontradas lesões nos braços e mãos. Após o crime, ela fugiu passando entre uma mata, onde abandonou a faca, antes de sair na outra estrada onde abordou o guarda municipal.

 

Essa faca foi apreendida pela Polícia Civil na manhã seguinte, junto com uma sacola plástica e uma camiseta laranja, com manchas de sangue. Um amigo da vítima também encontrou uma blusa de frio próximo ao local do crime, que foi apreendida.

 

Evidências

 

Laudo toxicológico apresentado junto com o laudo necroscópico apontou que a vítima não havia feito uso de álcool ou drogas, mas havia a substância Diazepam, confirmando que ela teria ingerido a água com o medicamento.

 

Também foi constatado que as lesões sofridas pela vítima foram causadas por pessoa que estava no banco do passageiro e não havia elementos técnicos materiais que indicassem a presença de outras pessoas no interior do veículo.

 

Além disso, exame confirmou que o sangue encontrado na faca apreendida era da vítima, assim como as roupas apreendidas também estava com sangue do mecânico.

 

Por fim, câmeras de segurança registraram a chegada do Astra ao local do crime e também flagraram Juliana descendo do veículo após o crime, não havendo aproximação nem movimentação de outras pessoas até a chegada da polícia.

 

Com a morte de Juliana, o processo será arquivado.

Entre no grupo do Whatsapp
Logo Trio Copyright © 2025 Trio Agência de Notícias. Todos os direitos reservados.