Opinião

Turistificação: O duplo fio da espada do turismo

"É fundamental que os próprios moradores sejam os primeiros a assumir a responsabilidade de promover e preservar o patrimônio cultural e natural da sua comunidade"
Da Redação
15/02/2025 às 11h33
Imagem: Neno Lelis Minari Imagem: Neno Lelis Minari

Por Teka Betine

 

Fala-se tanto que o turismo é um dos setores mais dinâmicos e rentáveis da economia global, que gera bilhões de dólares em receita e cria empregos para milhões de pessoas. E é tudo verdade! No entanto, o crescimento descontrolado do turismo também traz consigo desafios e problemas, como a turistificação e a turismofobia.

 

A turistificação se refere ao processo pelo qual um local ou uma comunidade se transforma em um destino turístico, muitas vezes alterando a configuração em função de interesses mercadológicos e perdendo sua identidade cultural e autenticidade. Isso pode levar a uma série de problemas, como a evacuação de moradores locais, a degradação do meio ambiente e a perda de patrimônio cultural.

 

Por outro lado, a turismofobia é um fenômeno que se refere à rejeição ou ao ressentimento em relação ao turismo e aos turistas. Isso pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo a percepção de que o turismo está destruindo a cultura e o meio ambiente local, ou que os turistas estão desrespeitando as tradições e os costumes locais.

 

No entanto, é importante lembrar que o turismo também pode ter um impacto positivo em uma comunidade. Ele pode gerar empregos e renda, promover a cultura e o patrimônio local, e ajudar a preservar o meio ambiente.

 

O que fazer então, diante desse impasse?

 

Para evitar os problemas da turistificação e da turismofobia, é fundamental que os destinos turísticos adotem uma abordagem sustentável e responsável. Isso inclui a implementação de políticas de gestão de turismo que priorizem a proteção do meio ambiente e da cultura local, bem como a promoção de práticas de turismo responsável entre os visitantes.

 

O despertar para o turismo não pode ser apenas uma iniciativa de governos ou empresas, mas também deve envolver ativamente os moradores da localidade que deseja se tornar turística. É fundamental que os próprios moradores sejam os primeiros a assumir a responsabilidade de promover e preservar o patrimônio cultural e natural da sua comunidade.

 

Isso pode começar com ações simples, como:

 

- Conhecer e valorizar a história e a cultura local

- Preservar e restaurar monumentos e edifícios históricos

- Promover a culinária local e as tradições gastronômicas

- Criar espaços de convivência e lazer para os moradores e visitantes

- Desenvolver iniciativas de turismo sustentável e responsável

 

Além disso, é importante que os turistas também assumam uma responsabilidade maior em relação ao impacto de suas ações. Isso inclui:

 

- Respeitar as tradições e os costumes locais

- Reduzir o consumo de recursos naturais

- Evitar a compra de produtos que contribuam para a degradação do meio ambiente

- Contribuir para a economia local, comprando produtos e serviços de empresas locais

- Ser consciente do impacto do seu comportamento no meio ambiente e na comunidade local

 

Ao trabalhar juntos, moradores e turistas podem criar um modelo de turismo sustentável e responsável, que beneficie a comunidade local e preserve o patrimônio cultural e natural da região.

 

Em suma, o turismo é um setor complexo que pode ter tanto impactos positivos quanto negativos em uma comunidade. No entanto, com uma abordagem sustentável e responsável, é possível minimizar os problemas da turistificação e da turismofobia e promover um turismo que seja benéfico para todos.

 

Teka Betine

Relações Públicas, Técnica e Guia de Turismo (Mtur), Gastróloga, Pós graduada em Comunicação Pública

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

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