Por Cassio Betine
O que antes parecia ficção científica — ter um robô que limpa, organiza, conversa e até aprende com você — agora é uma realidade cada vez mais acessível. A produção de robôs humanoides para uso doméstico está avançando em ritmo acelerado, impulsionada por melhorias em inteligência artificial, sensores de movimento, reconhecimento de voz e design ergonômico. E não estamos falando de protótipos experimentais: já existem modelos disponíveis para compra, com funções práticas e surpreendentes.
Olha só, o robô NEO, desenvolvido pela empresa 1X Technologies, com sede nos Estados Unidos com raízes na Noruega, é capaz de realizar tarefas domésticas como limpeza, organização de ambientes e até interações sociais simples. Seu design lembra a anatomia humana, com movimentos suaves e expressões faciais básicas, o que o torna menos intimidador e mais acolhedor para o convívio diário. A proposta da 1X é clara: criar robôs que convivam com pessoas de forma natural, sem parecerem máquinas frias ou distantes.
Mas o NEO não está sozinho nessa parada. Outros modelos como Ameca, da britânica Engineered Arts, e Sophia, da Hanson Robotics, também chamam atenção. O Ameca é conhecido por sua expressividade facial e capacidade de manter conversas fluidas, sendo usado em exposições e interações públicas. Já o Sophia (um dos precursores dessas máquinas, que ficou famoso por receber cidadania simbólica na Arábia Saudita), é voltado para pesquisas em empatia artificial e comunicação avançada. Embora esses dois “caras” ainda não sejam voltados diretamente ao uso doméstico, eles pavimentam o caminho para robôs cada vez mais inteligentes e socialmente adaptáveis.
E quanto custa ter um robô desses em casa? A boa notícia é que os preços estão começando a se tornar mais acessíveis — dentro do possível, é claro! O NEO, por exemplo, está em pré-venda nos Estados Unidos por cerca de US$ 15 mil, com opção de assinatura mensal de US$ 499. A entrega está prevista para 2026, e embora ainda não haja previsão oficial para o Brasil, a expectativa é que a demanda internacional acelere essa expansão. Outros modelos mais simples, especialmente os produzidos por empresas chinesas (pra variar), já estão sendo vendidos por valores entre US$ 3 mil e US$ 10 mil, com funções mais limitadas, como limpeza, monitoramento e companhia para idosos.
O que nos leva a imaginar o seguinte: como serão esses robôs num futuro mais distante? Se hoje eles já limpam a casa e interagem com humanos, não é nada impossível que amanhã eles possam cozinhar, cuidar de crianças, oferecer suporte emocional e até aprender com nossos hábitos para antecipar necessidades. Imagina só como será a integração com sistemas de casa inteligente, como iluminação, segurança e entretenimento? E talvez, em algumas décadas, eles não apenas convivam conosco — mas façam parte da família, com personalidades moldadas por nossas preferências e valores. Lembra do robô Data, de Star Trek?
O avanço é inevitável, por mais que muitos não acreditem nisso. E a pergunta deixa de ser “se” teremos robôs em casa, para “quando” e “como” eles transformarão nossa rotina. O futuro está batendo à porta — e ele tem braços, pernas e um sorriso programado para te receber.
Cassio Betine: Pós-graduado em Tecnologias da Aprendizagem, Bacharel em Artes e Desenho Industrial. Coordenador e Mentor de Negócios e Eventos. Autor de livros, artigos e produtor de conteúdos diários sobre Tecnologia, Inovação e Comportamento. É empreendedor em outros negócios e fundador da F7Digitall.com – Tecnologia & Comunicação.
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