Por Cassio Betine
Desde que surgiram, esses equipamentos voadores vêm redefinindo a maneira como nos conectamos com o mundo. O que começou como uma tecnologia militar e um passatempo de entusiastas, evoluiu rapidamente para uma ferramenta essencial em diversas áreas. Hoje, eles são responsáveis também por entregas rápidas, monitoramento ambiental, segurança pública, agricultura de precisão e até salvamentos em situações de emergência. Mas parece que isso é apenas o começo.
Considerando sua rápida evolução e uso, nos próximos 30 anos, possivelmente os drones estarão profundamente integrados ao nosso cotidiano, trazendo mudanças que parecem saídas de filmes de ficção científica. Com os avanços da inteligência artificial, eles se tornarão cada vez mais autônomos, capazes inclusive de tomar decisões sem intervenção humana. Em breve, pedir comida e recebê-la por um drone na janela será tão comum quanto pedir um carro por aplicativo. Além disso, drones médicos poderão salvar vidas ao transportar equipamentos de primeiros socorros para locais de difícil acesso.
No cotidiano de 2035, alguns futurólogos imaginam que eles possam desempenhar um papel ainda maior nos centros urbanos, que além de transportar cargas entre edifícios, levarão também pessoas. No campo da saúde, os drones microscópicos poderão realizar microcirurgias, administrar medicamentos ou monitorar a saúde das pessoas em tempo real (tecnologia que já existe, mas ainda não está efetivada no mercado).
Outra coisa que também já está em uso e poderá escalar muito, são os drones na segurança pública. Modelos avançados serão bem comuns no patrulhamento urbano, identificando atividades suspeitas e prevenindo crimes antes mesmo de acontecerem (Minority Report?). Em situações de risco, como desastres naturais, drones especializados em resgate poderão localizar vítimas rapidamente e levar suprimentos essenciais, como dito antes.
Estamos entrando na era dos drones inteligentes e a previsão é que por volta de 2055 eles terão evoluído para versões orgânicas e biocompatíveis, capazes, por exemplo, de se autorreparar e se decompor naturalmente após o uso, reduzindo significativamente o impacto ambiental. Em áreas agrícolas, drones equipados com sensores ultrassensíveis poderão prever colheitas, detectar pragas e garantir um uso eficiente de recursos hídricos e fertilizantes.
E a exploração espacial, tão em alta ultimamente, também será revolucionada. Com drones cada vez mais sofisticados, será possível enviar missões autônomas para outros planetas, que poderão realizar missões com muita eficiência, poupando os humanos de correrem riscos de possível colonização.
Se pensa que tudo isso é uma viagem, saiba que algumas empresas estão trabalhando intensamente nisso. A AeroVironment, dos EUA, é especializada em drones militares e comerciais. Eles desenvolvem soluções avançadas para segurança e monitoramento. Autel Robotics, também americana, é famosa por seus drones de alta tecnologia voltados para fotografia aérea e inspeção industrial.
FlyPix AI, startup alemã tem seu foco nos drones autônomos com inteligência artificial para análise geoespacial e monitoramento ambiental. A chinesa DJI, é líder mundial na fabricação de drones para consumidores e aplicações profissionais, como agricultura e segurança pública e a francesa Parrot, desenvolve drones para mapeamento, agricultura e segurança. E essas são apenas algumas que mais se destacam, mas há milhares delas espalhadas pelo mundo, trabalhando em alguma inovação na área.
Portanto, é possível sim imaginarmos um tipo de cenário The Jetons num futuro remoto. A evolução das tecnologias vai permitir que esse mundo dos ares seja muito mais utilizado do que agora. É possível que nos próximos 30 anos, os drones transformem completamente a maneira como interagimos com o mundo. Seja na vida urbana, na medicina, na segurança ou até na exploração espacial. Assim como todas tecnologias, essa também promete tornar nossa vida mais eficiente, conectada e, de certa forma, absolutamente surpreendente.
*Cassio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos
**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação