Justiça & Cidadania

Empresário acusado de matar funcionário a pauladas em Birigui vai a Júri nesta terça-feira

Vítima foi enforcada com corda e agredida na cabeça quando estava desamaida; corpo foi enterrado em canavial
Lázaro Jr.
25/08/2025 às 23h05

O Tribunal do Júri de Birigui (SP) se reúne nesta terça-feira (26), para julgamento do empresário Paulo César Machado, pelo assassinato do funcionário dele, o vendedor Rafael Rodrigo da Silva Cardozo, 35 anos. Ele terá a defesa feita pelo advogado Elber Carvalho de Souza.

 

O crime teria ocorrido em 28 de outubro de 2022 e o corpo da vítima foi encontrado parcialmente enterrado em um canavial na zona rural da cidade, na manhã de 4 de novembro daquele ano.

 

O réu foi identificado durante inquérito instaurado pela Polícia Civil e, durante cumprimento a mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça, em 18 de novembro, ele confessou a autoria do crime e apresentou um pedaço de madeira que teria usado para bater na cabeça da vítima.

 

Segundo a denúncia, Rafael era vendedor na empresa de comércio de legumes de propriedade de Paulo César, a qual estava instalada no bairro Portal da Pérola 2. Os dois já teriam se desentendido devido a faltas injustificadas por parte do funcionário, que também estaria utilizando indevidamente o celular da empresa.

 

Luta

 

Ainda de acordo com a denúncia, na data do assassinato, os dois voltaram a discutir e entraram em luta corporal. Durante a briga, o patrão teria tentado aplicar um golpe chamado “mata-leão” no funcionário, na tentativa de desmaiá-lo apertando o pescoço dele com o braço.

 

Como não conseguiu, ele pegou uma corda na caçamba da caminhonete que estava estacionada dentro do barracão, e a utilizou para apertar o pescoço da vítima, que perdeu os sentidos. 

 

Aproveitando-se da situação, Paulo César teria fechado a porta do barracão e utilizado um pedaço de madeira para bater na cabeça de Rafael, provocando a morte dele por traumatismo craniano.

 

Corpo

 

Após o assassinato, o empresário colocou o corpo dentro de uma BAG utilizada para transportar cebolas e a escondeu no fundo da empresa. Na sequência, ele lavou o barracão e atendeu um cunhado que também trabalhava para ele e foi buscar a rota do dia.

 

Assim que o cunhado deixou o estabelecimento, Paulo César colocou a BAG com o corpo na caçamba da caminhonete e seguiu com o veículo para o bairro rural do Goulart, onde passou a procurar um local para ocultar o cadáver. Como não conseguiu, ele voltou à cidade, abasteceu o veículo e seguiu sentido a Buritama, pela rodovia Deputado Roberto Rollemberg (SP-461).

 

Canavial

 

Ao avistar um carreador em uma lavoura de cana-de-açúcar, entre os quilômetros 33 e 34 da estrada, ele dispensou o corpo e o pedaço de madeira utilizado no assassinato. De volta à cidade, ele procurou um lava jato e pediu para lavar a caçamba, alegando que o sangue seria de uma capivara que teria atropelado.

 

Na madrugada seguinte ele teria retornado ao local para tentar cobrir o corpo, utilizando uma pá. Porém, como o terreno estava seco e duro, ele não conseguiu.

 

Por isso, já durante a tarde do outro dia, ele esteve novamente no canavial e, utilizando um enxadão, conseguiu enterrar o cadáver parcialmente. Antes, ele retirou as roupas que Rafael vestia e as levou para casa, onde as destruiu em uma churrasqueira a bafo que possuía na residência.

 

Encontrado

 

Como estava apenas parcialmente enterrado, o corpo foi encontrado por trabalhadores rurais que fazia a limpeza das vias entre as ruas de cana plantada. O cadáver estava apenas de cueca e sem documentos pessoais.

 

Análise inicial não apontou ferimentos externos, mas a perícia apontou uma coloração rosa próximo da mandíbula da vítima, o que poderia ser um indício de morte por asfixia.

 

Roubo

 

Ao prestar depoimento, inicialmente o empresário alegou que a empresa teria sido alvo de assaltantes, que teriam matado o funcionário. Ele contou que os supostos bandidos teriam roubado grande quantia de dinheiro e matado Rafael. Devido a ameaças dos assaltantes, ele teria decidido esconder o corpo.

 

Porém, ao ser pressionado pelos policiais, devido a contradições no depoimento, com base no que havia sido apurado na investigação, o empresário confessou o crime, relatou os detalhes e afirmou ter agido sozinho.

 

A polícia apreendeu a caminhonete, um computador e os celulares do réu e da esposa dele, os quais passaram por perícia. Na ocasião, Paulo Cesar foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver e autorizado a responder pelo crime em liberdade.

 

Julgamento

 

Posteriormente, ele foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado pelo motivo fútil e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver. O julgamento pelo Tribunal do Júri está previsto para começar às 9h desta terça-feira.

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