O advogado Elber Carvalho de Souza assumiu a defesa da professora de uma creche de Birigui (SP), que foi afastada das funções por determinação da Justiça, a pedido da Polícia Civil, que investiga denúncia de que ela teria torturado crianças com idades entre 4 e 5 anos.
A reportagem já vinha acompanhando o caso havia alguns dias e soube do afastamento na terça-feira (8). Segundo o que foi apurado, a polícia chegou a pedir a prisão temporária da investigada, mas o pedido foi negado. Ela ainda não foi ouvida.
Prematuro
Após publicação da matéria informando sobre a investigação e o afastamento da professora, a defesa informou que trata-se de um procedimento criminal sigiloso e que ainda não teve acesso aos autos.
“É muito prematuro externar qualquer manifestação em ilações nas acusações levianas em desfavor de minha cliente, uma vez que em momento oportuno provará a sua inocência”, informa em nota.
O advogado comenta ainda que todas as partes envolvidas nas acusações responderão nas medidas de suas culpabilidades, e reforça que a legislação brasileira vige o princípio do contraditório e da ampla defesa, e que não há culpabilidade antecipada.
Caso
Conforme publicado, a professora passou a ser investigada após denúncia feita em 25 de junho pelo Disque 100. O inquérito foi instaurado no 1º Distrito Policial, que colheu depoimentos de várias testemunhas que confirmaram que crianças seriam submetidas a atos cruéis por parte da professora.
Segundo a denúncia, as crianças que não se comportavam ou choravam na sala de aula seriam submetidas a esguicho de água pela mangueira do chuveiro (chuveirinho), direcionados às narinas, olhos, orelhas e boca.
Em outros casos, crianças teriam sido colocadas debaixo do chuveiro com água fria e depois mantidas com as roupas molhadas na sala de aula. A polícia teria confirmado a existência de quatro vítimas, mas pode haver pelo menos mais duas.
Afastamento
Atendendo pedido da polícia, a Justiça determinou o afastamento imediato da investigada das funções e de qualquer instituição de ensino. Ela está proibida de manter contato com as vítimas e testemunhas.
Além disso, foi determinado que as vítimas sejam inseridas em programas socioassistenciais e atendimento psicossocial. As medidas têm como objetivo assegurar a proteção das crianças e garantir o andamento das investigações, que prosseguem, já que existe a possibilidade de haver outras vítimas.