Saúde & Bem-Estar

Paciente passa por procedimento de alta tecnologia para implante de válvula do coração na Santa Casa de Araçatuba

Cirurgia foi feita pelo plano de saúde, mas já iniciaram as tratativas para o credenciamento do hospital para atender pacientes SUS
Da Redação
25/01/2024 às 21h24
Procedimento foi o segundo realizado na Santa Casa de Araçatuba em 5 meses (Foto: Divulgação) Procedimento foi o segundo realizado na Santa Casa de Araçatuba em 5 meses (Foto: Divulgação)

A Santa Casa de Araçatuba (SP) realizou nesta terça-feira (23), um Implante Transcateter de Válvula Aórtica (Tavi, do inglês Transcatheter Aortic Valve Implantion), em um paciente de 81 anos, que sofria de estenose aórtica. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, é a segunda vez em menos de cinco meses que esse tipo de procedimento é realizado.

 

A tecnologia considerada inovadora e minimamente invasiva é indicada para pacientes que não suportariam passar por cirurgia aberta para correção da válvula afetada pela doença, que causa estreitamento da abertura da válvula aórtica e obstrui o fluxo de sangue do ventrículo esquerdo para a aorta. Nesse caso, o paciente possui algumas comorbidades associadas e comprometimentos, por isso não havia indicação para cirurgia convencional, por ser considerada arriscada.

 

A assessoria de imprensa da Santa Casa informa que o procedimento foi coberto pelo plano de saúde do próprio hospital, mas o Tavi já faz parte da lista de procedimentos autorizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Como é necessária a autorização para a realização em hospitais específicos, a diretoria da Santa Casa de Araçatuba e a equipe do Serviço de Cirurgia Cardiovascular iniciaram tratativas para o credenciamento do hospital.

 

Novo patamar

 

O cirurgião cardiovascular Hélio Ferreira Poço, responsável pela implantação da Cirurgia Cardiovascular no hospital na Santa Casa de Araçatuba em 1996, participou da cirurgia. Em nota enviada à imprensa, ele destaca que num momento em que a Medicina realiza com mais frequência procedimentos menos invasivos e internações menos prolongadas, a realização de duas cirurgias do tipo inserem o hospital neste novo conceito do uso de tecnologia avançada. 

 

O profissional considera ainda que com esse avanço, o Serviço de Cirurgia Cardiovascular da Santa Casa de Araçatuba torna-se referência de estrutura tecnológica e capacitação médica completas para realizar procedimentos cardiovasculares invasivos e não invasivos. “O hospital está preparado e tem investido cada vez mais em equipamentos; e a equipe também tem investido e preparado com técnicas para oferecer isso à população” , afirma.

 

Procedimento

 

O procedimento durou duas horas e, além de Poço, o cirurgião cardiovascular Rogério Caravante participou pelo Serviço de Cirurgia Cardiovascular. Atuaram ainda o cardiologista intervencionista Leonardo Alves Batista, do Serviço de Hemodinâmica; e o professor-doutor José Antônio Mangione, coordenador do núcleo de Cardiologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 

Indicado para pacientes com mais de 70 anos, grupo etário com maior incidência de estenose aórtica, e com comorbidades, fator que aumenta os riscos em um procedimento cirúrgico, o Tavi é menos invasivo em relação à cirurgia aberta e pouco propenso à intercorrências, pois não requer anestesia geral e intubação do paciente, que recebe apenas sedação e anestesia local.

 

Ao contrário da cirurgia convencional em que o peito do paciente é aberto, a exemplo de um cateterismo, o Tavi é realizado por meio de punções na artéria femural (virilha) do paciente. Isso dispensa o suporte artificial de vida realizado por equipamentos que substituem, temporariamente, as funções do coração, rim e dos pulmões.

 

A correção da válvula afetada pela doença é feita através de um cateter artificial introduzido na incisão e guiado por imagem. Uma válvula é levada até o coração para substituir a defeituosa. Quando a prótese chega ao local afetado, é inflada e instalada para restabelecer o fluxo sanguíneo de forma correta.

 

Tendência

 

Segundo Mangione, do Núcleo de Cardiologia do Hospital Beneficência Portuguesa, o procedimento vem ganhando espaço pelos resultados muito favoráveis e pela segurança ao paciente. Ele informa que já realizou mais de mil procedimentos de Tavi, com índices de complicações muito baixos. Neste período, afirma o especialista, a técnica se consolidou “como um avanço tecnológico muito importante, que está tornado o procedimento mais seguro e com resultados cada vez melhores”.

 

O cirurgião cardiovascular Rogério Caravante cita como outro fator importante, a rápida recuperação, que possibilita ao paciente voltar às atividades em menos tempo e reduz os custos do hospital com internação e suporte necessário às complicações pós-cirúrgicas.

 

De acordo com ele, enquanto numa cirurgia aberta a recuperação pode durar de três a seis meses, no implante transcateter, em dois três dias o paciente está andando. “E em uma semana ele está retomando as suas atividades completamente recuperado”, informa.

 

Segundo o que foi divulgado, o procedimento foi realizado no Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista da Santa Casa e a estrutura foi elogiada por Mangione. O especialista a definiu como apta, tanto pelo equipamento de hemodinâmica de última geração, quanto pelos profissionais de Cirurgia Cardiovascular e Cardiologia Intervencionista, UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e enfermaria necessárias.

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