Opinião

Sistemas de controle mental

"E no nosso dia a dia, quanta avalanche de convencimentos mentais não somos acometidos a todo tempo?"
Da Redação
22/12/2024 às 12h28
Imagem gerada por Dalle-3 orientada por f7digitall Imagem gerada por Dalle-3 orientada por f7digitall

* Por Cassio Betine

 

Recentemente, uma daquelas startups do Vale do Silício (EUA) criou uma técnica que permite, segundo o anunciado, que uma pessoa entre e interaja no sonho de outra. Isso mesmo! Os cientistas da REMSpace dizem ter conseguido inserir uma mensagem específica dentro do sonho de outra pessoa durante o estágio lúcido - etapa em que a pessoa tem conhecimento do que está sonhando. Isso teria sido feito através do uso de um simples fone de ouvido. Os filmes “Minority Report” (2002) e “A Origem” (2010) abordaram de forma brilhante esse tema. Quem assistiu, vai lembrar.

 

Esse tipo de tecnologia, conhecida como neuro eletrônica ou psicotrônica, é um campo complexo que envolve o uso de dispositivos eletrônicos para interagir com o cérebro humano e desafia, por motivos óbvios, a ética humana e as regras sociais. Algumas ferramentas comuns são utilizadas nesse campo, como o eletroencefalograma (EEG), equipamento conhecido e facilmente encontrado na maioria das clínicas e hospitais que fazem diversos tipos de leituras neurológicas e os chips neurais, algo recente mas que já foi utilizado com sucesso em pacientes com problemas de mobilidade.

 

Apesar de parecer algo novo, há tempos cientistas trabalham no estudo e desenvolvimento de equipamentos e técnicas para resolver problemas de distúrbios mentais do ser humano. Na verdade, também há relatos de que esse tipo de tecnologia tenha sido utilizada como arma em conflitos geopolíticos, os quais tinham a função de alterar o humor de agentes inimigos, a fim de causar danos severos na sua saúde.

 

Apesar de pouco divulgadas, pouco comentadas, algumas poderosas (e perigosas) ferramentas derivaram desses estudos realizados nesse campo, e estão sendo utilizadas atualmente. Por exemplo, há um equipamento que utiliza uma série de aparatos eletrônicos para captar, amplificar e decodificar sinais elétricos das redes neurais responsáveis por diversos processos mentais. É o Leitor Eletrônico Remoto Neural (LERN), que vem sendo utilizado principalmente em contextos de espionagem, vigilância e hackeagem de pensamentos. Esse sistema captura e decodifica os sinais elétricos responsáveis pela vocalização e criação de imagem dos pensamentos, permitindo "ouvir" e “ver” os pensamentos de uma pessoa.

 

O V2K (Voice to Skull) é outra potente tecnologia que tem a capacidade de transmitir sons diretamente para o crânio sem a necessidade do uso de nenhum dispositivo auditivo externo. É usada principalmente para fins militares, com objetivo de não ser detectado e também para realizar ações policiais, podendo acessar a mente de criminosos para interferir sem a necessidade de usar armas físicas. Além disso, a tecnologia também é aplicada na área médica, para o tratamento de distúrbios mentais e, especula-se que atue no neuromarketing, através do envio “silencioso” de mensagens direcionadas para a mente dos consumidores, a fim de influenciar em suas decisões de compra.

 

Tem mais, o MKTEC, que é um sistema de controle de mente que utiliza várias tecnologias para invadir e interagir com processos corticais, inclui imagens e sons no córtex visual e auditivo dos pensamentos de pessoas de forma remota, sem ser detectado. O uso dessa tecnologia inclue perseguição eletrônica, assédio cibernético e tortura psicológica. Neste caso, a prática é feita para manter indivíduos sob constante vigilância e controle, causando danos neurológicos e psicológicos temporários ou permanentes.

 

É plausível considerar neste contexto, que mesmo sem essas tecnologias há diversas técnicas psicológicas que buscam resultados semelhantes, tanto para fins terapêuticos quanto para fins criminais e investigativos. E no nosso dia a dia, quanta avalanche de convencimentos mentais não somos acometidos a todo tempo? Seja para concordarmos com alguma posição pessoal ou política ou com propagandas elaboradas com gatilhos mentais que tentam nos convencer a consumir algum serviço ou produto.

 

Mais uma vez, parece mesmo que tudo isso é apenas uma questão de potencialização das coisas, dos recursos, das descobertas, das capacidades humanas. Mas uma coisa é certa, se você notar alterações significativas em seu desempenho cognitivo ou nos tipos de pensamento, é bom ficar atento, pois pode ser interferência de algumas dessas tecnologias ou, simplesmente, uma elaborada estratégia de influência psicológica.

 

*Cassio Betine é pós-graduado em Tecnologias na Aprendizagem, bacharel em Artes Visuais e Desenho Industrial. É coordenador e mentor de negócios e eventos; autor de livros, artigos e produtor de podcasts periódicos sobre Tecnologia e Inovação para mais de 70 rádios do Brasil. É fundador e coordenador de projetos da f7digitall Comunicação e empreendedor em outros negócios.

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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