Opinião

Serelepe lepe, Almir Sater

"Serelepe só não foi locutor de serviço de alto falante, mas de quermesse com certeza"
Da Redação
08/02/2024 às 17h08

Por Hélio Consolaro

 

Show de Almir Sater em Araçatuba na Virada Cultural de 2013 (Foto: Divulgação)
Quem tem o apelido de "serelepe" é hiperativo, moleque arteiro. "Esse menino é um serelepe" dizem os adultos. Assim deve ter acontecido com Marquinho Serelepe, locutor e gerente das rádios do Grupo Thathi em Araçatuba (Nova Brasil e Cultura FM 95,5).

 

Serelepe é um esquilo, conhecido também por caxinguelê. Por ser esperto, irrequieto, passou a ser apelido de muita gente. Em Araçatuba, temos o Marquinho Serelepe, cujo primeiro usuário foi Osmar Hilário. O rapaz era rápido em dar informações.

 

Marco Antônio Ferreira (Serelepe), Irmão do Carlos Albeto Ferreira (Tilim), Luís Clóvis Ferreira (político de Sumaré), todos filhos da Dona Lola, ex-moradores do Jardim Guanabara, Araçatuba. Há outros irmãos, o pai, mas conheci só uma parte da família. Dona Lola era líder comunitária da igreja católica.

 

Serelepe só não foi locutor de serviço de alto falante, mas de quermesse com certeza. Mas hoje, o cara é gente grande, doutor, doutor advogado...

 

Quando em Araçatuba existia Virada Cultural, com artistas famosos fazendo megashows em praças públicos para ricos e pobres, e eu era o secretário municipal de Cultura, Marquinho Serelepe foi contratado para apresentar o megashow do Almir Sater na praça Getúlio Vargas.

 

Pá de cá, pá de lá. Chegou o dia. O artista demorou quase dois dias para afinar a viola, porque ele é exigente. Serelepe subiu ao palco, conversou com Almir Sater, pediu as coordenadas e se afastou, foi quando Marquinho exerceu a natureza de seu apelido, aconteceu a fatalidade: tropeçou na viola, e o instrumento saiu do suporte e tombou. Nem vi a carta do violeiro.

 

Não saíram pescoções, nem qualquer outro tipo de violência, apenas alguns resmungos. Era aquela viola de estimação, feita pelo melhor luthier, mas não quebrou nada. Almir Sater, com sua paciência, reafinou a viola.

 

Depois de alguns anos, contei tal fato numa roda de radialistas, porque na época o desastre de Serelepe ficou debaixo de um quieto. Houve um abafa. Correram até ele para lhe tirar o sarro. E nisso tudo fui autorizado a fazer a crônica sobre o fato. A língua dele é mais comprida do que a minha. Os vereadores de Araçatuba são testemunhas disso. 

 

Serelepe lepe, viola no chão, show muito bom. Almir Sater nunca tocou com tanta paixão. Com o tombo, a viola teve suas cordas mais alinhadas, as músicas ficaram mais bonitas.

 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro das academias de letras de Araçatuba-SP, Andradina-SP, Penápolis-SP e Itaperuna-RJ. 

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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