Opinião

Por que colonizar outros planetas?

"Na verdade, explorações, descobertas e inovações são inerentes e/ou essenciais para os seres humanos"
Da Redação
29/12/2024 às 07h30
Imagem criada por Copilot Microsoft, orientada por f7digitall Imagem criada por Copilot Microsoft, orientada por f7digitall

*Por Cassio Betine

 

Muita gente dá de ombros para esse tipo de questão. Por óbvio, muitos acreditam que não estarão mais por aqui mesmo (aquela visão egoísta de mundo), outros realmente não acreditam que isso seja possível, quanto menos necessário, e talvez poucos tenham a verdadeira noção do que isso significa.

 

Na verdade, explorações, descobertas e inovações são inerentes e/ou essenciais para os seres humanos. Se não fossem essas capacidades, talvez já estaríamos extintos.

 

Neste final de 2024, parece que os trabalhadores dessa área espacial resolveram ignorar o período de férias e focar as atividades nas descobertas. No último dia 23, uma sonda conseguiu a façanha de “tocar” o Sol para coletar informações sobre a maior estrela da galáxia. A região é 500 vezes mais quente do que o dia de maior calor, no lugar mais quente da Terra. Claro, a espaçonave não é tripulada, porém totalmente blindada e equipada para suportar essa temperatura inóspita. A ideia é realmente conhecer mais sobre essa bola de fogo que nos alimenta e, ao mesmo tempo, pode nos dizimar.

 

Diversas missões também focaram na Lua, Marte e Mercúrio. A missão Chang'e 6 da China trouxe amostras inéditas do solo lunar, enquanto o rover Perseverance da NASA encontrou evidências de possível vida microbiana antiga em Marte. As novas tecnologias de propulsão iônica e os motores de fissão nuclear estão revolucionando a exploração espacial, permitindo missões mais longas, rápidas e eficientes.

 

Oscar Viñals, um designer industrial e gráfico espanhol, conhecido por seus conceitos inovadores e futuristas na área da aviação, que já trabalhou em vários projetos supersônicos, concluiu agora mesmo, em dezembro, um projeto de uma espaçonave futurista que pode reduzir pela metade o tempo de ida a Marte para apenas 39 dias. Mais que isso, o projeto prevê aterrissagem, decolagem e retorno para a Terra. Um dos grandes diferenciais da Titan Cosmos (que é o nome da nave) é seu potencial quase infinito de autogeração de energia de propulsão, que é nuclear e não necessita de combustível fóssil. Isso permitiria, por exemplo, viagens praticamente sem limites. Lembra da Enterprise, de Star Trek?

 

Os robôs também têm papel fundamental nesse campo. Principalmente os autônomos, como o Mars Rover Perseverance, que estão explorando terrenos hostis e coletando dados científicos, enquanto a IA processa grandes volumes de dados e toma decisões autônomas durante as missões. Outros institutos trabalham no desenvolvimento de robôs-formigas, como é o caso do instituto Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Suíça, que desenvolve robozinhos de apenas 10 gramas que podem se comunicar e completar tarefas complexas juntos. Esses robôs são fundamentais para “viajar” em espaçonaves pequenas para ajudar a tripulação em várias situações, como por exemplo, prestando manutenção na aeronave e até mesmo administrando medicamentos nos humanos.

 

Portanto, o avanço das tecnologias que podem possibilitar uma possível colonização interplanetária está realmente a todo vapor (ou melhor, a toda reação nuclear). 

 

Agora vamos para os motivos que levam a humanidade a tal objetivo. Um deles, e talvez o principal, seria a nobre causa para garantir a existência futura da humanidade em caso de crises ambientais ou eventos catastróficos na Terra, como uma possível extinção em massa, seja lá por qual motivo.

 

Por outro lado, a exploração espacial também resulta em inovações que podem impactar a vida na Terra, como diversas melhorias das quais já nos beneficiamos, como o GPS, os painéis solares, filtros de água, materiais de isolamento, etc. Além disso, a busca por vida em outros planetas aguça a curiosidade científica e filosófica, incentivando a inovação e reavaliando constantemente o comportamento humano.

 

Podemos perceber também que tudo isso abre novas fontes para busca de recursos, como minerais que são usados em larga escala para produção diversa de equipamentos, máquinas, etc, como é o caso de um projeto recente que visa a mineração em asteroides ricos em pedras raras. Inclusive já houve missões com sucesso em que naves pousaram nesses astros em movimento.

 

Enfim, a exploração espacial e a colonização de outros planetas representam um passo mais do que significativo para a humanidade. A questão aqui parece ser maior do que simplesmente pensamos. E, mesmo que alguns não acreditem na possibilidade do homem viver em outro planeta, é sensato considerar que as descobertas derivadas dessa exploração nos ajudam aqui na Terra.

 

*Cassio Betine é pós-graduado em Tecnologias na Aprendizagem, bacharel em Artes Visuais e Desenho Industrial. É coordenador e mentor de negócios e eventos; autor de livros, artigos e produtor de podcasts periódicos sobre Tecnologia e Inovação para mais de 70 rádios do Brasil. É fundador e coordenador de projetos da f7digitall Comunicação e empreendedor em outros negócios.

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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