Opinião

Parabéns, Penápolis querida! 115 anos

"Eu passaria horas aqui contando as recordações da época de infância e de juventude em Penápolis"
Lázaro Jr.
25/10/2023 às 10h31

Nesta quarta-feira (25) Penápolis completa mais um ano de fundação. São 115 anos de história e quero aproveitar a oportunidade para homenagear essa cidade que faz parte da minha vida. Sou nascido em Mauá, mas aos 6 anos de idade meus pais se mudaram para Penápolis. Ainda me lembro de quando chegamos no caminhão da mudança, que estacionou na frente de casa, na rua Presciliano dos Santos, 125, na Vila Popular. 

 

Minha casa ficava na frente da casa do "Lagartixa". Não tem como esquecer de tantas coisas que vivi ali. Quem mora ou morava nessa região da cidade não tem como dizer que não conheceu o “Seu Arcino”. Alcino José de Andrade era o proprietário de uma bicicletaria que empregou praticamente todas as crianças e adolescentes das imediações. E comigo não foi diferente. Foi meu primeiro emprego, aos 10 anos de idade.

 

A oficina dele ficava na rua Guaporé, na Vila América, e era um ponto de encontro para a “molecada” diariamente. “Seu Arcino”, como era conhecido, arrumava bicicletas, consertava sofás, tocava sanfona, entre muitas outras coisas. Quantas vezes ele não colocou a gente na garupa da bicicleta e levou para as quermesses onde ia tocar sanfona. Posso dizer que foi meu segundo pai!

 

Depois disso trabalhei no Bazar Barateiro, aos 12 anos. A loja, que existe até hoje, fica na região central da cidade, onde também havia a Brasimac, Lojas Buri e até o Banco Bandeirantes, aquele do trevo de quatro folhas.

 

Uma passagem que não esqueço dessa fase é que meu patrão me mandou fazer uma entrega de uma almofada. Peguei minha bicicleta e lá vou eu com a encomenda sentido à Santa Casa. Eu só conhecia o “lado de baixo” do Maria Chica. O que aconteceu? Voltei com a encomenda pra loja, sem achar sequer a rua Primeiro de Maio, onde era o enderço da entrega. Quem me dera se na época houvesse um Waze!

 

Como era previsto, o emprego não durou muito. Três anos depois, “mais maduro”, fui contratado pelo Escritório Mercúrio, do Massaite Takeshita, como office boy. O prédio ficava na praça Dr. Carlos Sampaio Filho e ali sim, eu passei a conhecer a cidade toda. Mensalmente, precisava visitar mais de 50 clientes. Haja canela!

 

No início deste mês eu estive em Penápolis para acompanhar a inauguração da revitalização da antiga estação ferroviária da cidade, que passou a sediar o Centro de Integração da Cidadania. Me veio na memória o tempo em que passava por ali, pois um dos clientes que eu visitava era um hotel na frente da ferroviária, o hotel da Dona Belmira.

 

Eu passaria horas aqui contando as recordações da época de infância e de juventude em Penápolis. Eu cresci, fui pra faculdade e minha paixão pela cidade era tanta que o meu projeto de conclusão de curso foi um livro reportagem: “Penápolis no Trem da História”.

 

Eu queria entender como Penápolis, que foi sede de região, tinha pouco mais de 50 mil habitantes, enquanto Araçatuba estava próxima dos 180 mil moradores. E um dos argumentos que me convenceu veio do então prefeito eleito naquele ano, João Luís dos Santos. Ele me explicou que não é que Penápolis não havia crescido, mas sim, teria crescido de forma ordenada e sustentável.

 

Penápolis foi exemplo em educação, em saneamento básico e na construção de casas populares, sendo modelo no projeto de mutirão. Não havia falta de água, de coleta de esgoto, de energia elétrica e de infraestrutura básica. Tanto que quando João Luís entregou o cargo, oito anos depois, a cidade tinha praticamente 100% das vias pavimentadas.

 

Desde então a cidade continuou crescendo, novos bairros surgiram e novas demandas apareceram. Neste aniversário de 115 anos, desejo que todos os penapolenses sejam felizes como eu fui nessa cidade, que não deixo de visitar e que sempre me recebe tão bem!

 

Lázaro Jr. é jornalista e penapolense de coração

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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