Opinião

Ouse conquistar (ser) você mesmo!

"... tal façanha, não é nenhum um pouco fácil, pelo contrário, exige coragem, disciplina rígida, vigilância constante e muita ousadia"
Da Redação
17/03/2024 às 11h35
Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Por José Márcio Mantello

 

Conhecer a nós mesmos, dominar a nós mesmos, enfim, sermos nós mesmos, talvez se constitua na maior guerra que travamos ao longo da vida. Por sua vez, se conseguirmos tal feito, com certeza, teremos vencido a maior de todas que já travamos.

 

Mas, tal façanha, não é nenhum um pouco fácil, pelo contrário, exige coragem, disciplina rígida, vigilância constante e muita ousadia.

 

Para tanto, precisamos começar removendo aquilo que nos deixa numa zona de conforto e que, na maioria das vezes, nos impedem tamanha conquista. O maior obstáculo nessa luta serão as nossas MÁSCARAS!

 

Entre as inúmeras definições do que é a vida (existencial), creio que uma das melhores seja: A vida é um grande baile de máscaras!

 

Talvez não nos demos conta da quantidade de vezes que as utilizamos. Na verdade, o uso é diário, ininterrupto muitas vezes, praticamente um estilo de vida.

 

Em nosso “camarim” há para todas as ocasiões, locais e dos mais variados tipos. Na maior parte do tempo, as usamos para evitarmos a censura, porém, já descobrimos que não é uma atitude totalmente segura. Por vezes, elas já caíram nos momentos mais inoportunos, inconvenientes, e o prejuízo foi enorme.

 

Máscaras é a tentativa frustrada de escondermos nossa verdadeira identidade; é a forma de vendermos uma imagem positiva de nós; traduzindo, é uma propaganda enganosa.

 

Em tempos de redes sociais, elas estão no topo dos itens indispensáveis da vida cotidiana. Afinal, elas nos permitem ver e julgar os outros, enquanto, permanecemos escondidos por trás delas. As máscaras, ao mesmo tempo em que servem de escudo para proteger seus usuários do juízo alheio, proporcionam um ambiente “seguro” e uma aparente liberdade para viverem o que realmente são.

 

Mas, como já dito acima, elas podem se desfazerem ou até mesmo caírem nos momentos mais inoportunos. Conta-se que um advogado, recém-formado, logo abriu seu escritório e o equipou com o que havia de melhor e mais moderno. Todas as manhãs, trajando sempre ternos de grife, carregando em suas mãos uma requintada pasta, seguia para seu local de trabalho. Ele só tinha um problema: Não tinha nenhum cliente. Certo dia, tocou a campainha e logo entrou um homem; ele imaginou estar ali seu primeiro cliente. Todavia, pediu que o homem aguardasse um instante (sentado à sua frente), porque estava numa ligação muito importante, fechando um grande contrato. Após, uma conversação que poderia impressionar qualquer um, desligou o telefone e disse: Pronto! Estou à sua disposição. O homem, olhando espantado, disse-lhe: “sou funcionário da companhia telefônica e estou aqui para religar seu telefone, pois, após o pagamento das contas atrasadas, podemos religá-lo novamente”. Sim, as máscaras podem cair nos momentos mais inoportunos e nos proporcionar grandes vexames.

 

Atribuído a Nietzsche (embora não haja plena certeza da autoria), encontramos a seguinte reflexão: “Eu sou vários, há multidões em mim; na mesa da minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles. Há um velho, uma criança, um sábio e um tolo. Você nunca saberá com quem está sentado, ou quanto tempo permanecerá com cada um de mim. Desde logo, evite ilusões, também tenho um lado mau, que tento manter preso e que quando se solta, me envergonha. 

 

Não sou santo, nem exemplo, infelizmente. Entre tantos, um dia me descubro, um dia serei eu mesmo definitivamente. Como já foi dito: Ouse conquistar a ti mesmo” .

Eu acrescentaria: Lute e ouse ser você mesmo em meio a esse mundo de mascarados. O prêmio por tamanha conquista pode ser indescritível.

 

José Márcio Mantello é advogado criminalista na comarca de Araçatuba e Teólogo

Graduado em Direito pela UNITOLEDO; Pós-Graduação em Docência do Ensino Técnico e Superior pela UNITOLEDO; Pós-Graduação em Prática Penal Avançada pelo DAMÁSIO EDUCACIONAL; Especialização em Execução Penal pelo IDPB – Rio de Janeiro

Atuação no Tribunal do Júri

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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