Opinião

Cibersegurança: uma prioridade global na era da digitalização

"Relatórios setoriais, como o "Official Cybercrime Report", da Cybersecurity Ventures, projetam que os prejuízos com o cibercrime devem alcançar US$ 10,5 trilhões anuais até 2025"
Da Redação
20/11/2024 às 13h41
Foto: Divulgação/Ilustração Foto: Divulgação/Ilustração

Por Eder Castanheiro

 

A ascensão dos crimes cibernéticos alcançou uma sofisticação inquietante nos últimos anos. Trata-se de um fenômeno que evoluiu rapidamente em organização e impacto, ameaçando a estabilidade financeira e geopolítica de empresas e governos em todo o mundo. Neste contexto, a segurança cibernética deixou de ser uma escolha opcional e passou a ser uma necessidade estratégica para a continuidade e resiliência de qualquer instituição.

 

Segundo o relatório de tendências de ransomware da HackerSec, grupos de criminosos digitais vêm se estruturando de forma quase corporativa, operando em redes complexas e desenvolvendo táticas sofisticadas que permitem ataques devastadores. A cada ano, esses ataques comprometem a segurança de dados sensíveis, interrompem operações comerciais e afetam milhões de pessoas. Relatórios setoriais, como o "Official Cybercrime Report", da Cybersecurity Ventures, projetam que os prejuízos com o cibercrime devem alcançar US$ 10,5 trilhões anuais até 2025, um valor alarmante que reflete não apenas as perdas financeiras diretas, mas também o impacto econômico das interrupções causadas.

 

Os setores mais vulneráveis a essa escalada de ataques são os de saúde, tecnologia, energia e governos, cujos sistemas, em grande parte, armazenam e processam dados de altíssima sensibilidade. Em hospitais e serviços de saúde, por exemplo, dados médicos comprometidos não apenas prejudicam financeiramente, mas colocam vidas em risco. Em setores de infraestrutura crítica, como energia, as consequências de um ataque podem causar danos físicos e, em alguns casos, até ameaçar a segurança nacional. Essa vulnerabilidade a ataques cibernéticos levanta a preocupação com a segurança de dados, a continuidade de serviços e a estabilidade das relações internacionais.

 

Diante disso, as empresas têm razões robustas para investir em cibersegurança e adotar tecnologias avançadas que minimizem riscos. Primeiramente, proteger dados confidenciais e informações de clientes é uma obrigação essencial para manter a confiança e a integridade da marca. O aumento de incidentes de vazamento de dados tem levado consumidores a se tornarem mais exigentes com a proteção de suas informações, exigindo que empresas estejam alinhadas com regulamentos como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil e o GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados) na Europa. Empresas que negligenciam a segurança cibernética não apenas enfrentam pesadas multas, mas também perdem a credibilidade no mercado.

 

Em segundo lugar, a implementação de tecnologias de segurança cibernética permite que empresas mantenham as suas operações ininterruptas e protejam os seus ativos digitais. Incidentes de segurança podem causar desde a paralisação de processos até a perda de dados vitais, comprometendo o funcionamento diário de uma organização. É sabido que a interrupção de operações tem um impacto financeiro significativo e, em casos de empresas de infraestrutura crítica, esses prejuízos podem ter proporções catastróficas.

 

Para além de evitar perdas financeiras diretas, o investimento em cibersegurança é uma medida competitiva. Em um cenário de negócios em que o digital se torna cada vez mais central, empresas que demonstram robustez em segurança estão um passo à frente da concorrência, atraindo clientes e parceiros que prezam por confiabilidade e integridade. E, na era dos dados, garantir a proteção da informação e a continuidade dos serviços é um diferencial que se destaca.

 

Uma postura proativa em cibersegurança reflete um compromisso com o futuro. A transformação digital, que acelera em todos os setores, demanda que empresas estejam continuamente atualizadas com as melhores práticas de segurança. Para isso, é fundamental      que as corporações invistam em equipes capacitadas, infraestrutura robusta e tecnologias emergentes, como inteligência artificial, criptografia avançada e autenticação multifator. Somente com uma abordagem ampla, que considere não apenas o cumprimento regulatório, mas também o engajamento de toda a organização, é possível combater as ameaças cibernéticas.

 

*Eder Castanheiro é especialista e empresário do setor de TI e Telecom

 

**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

Entre no grupo do Whatsapp
Logo Trio Copyright © 2024 Trio Agência de Notícias. Todos os direitos reservados.