Opinião

A importância da tecnologia e da conectividade nas eleições municipais

"No Brasil, iniciativas como as de Curitiba e São Paulo têm demonstrado que a digitalização da gestão pública não apenas melhora a eficiência, mas também promove transparência, permitindo que o cidadão acompanhe, em tempo real, a aplicação dos recursos públicos"
Da Redação
19/09/2024 às 15h46
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Por Eder Castanheiro

 

À medida que nos aproximamos das eleições municipais deste ano, o debate sobre os rumos das nossas cidades se intensifica. No entanto, um tema que deveria estar no centro das discussões ainda recebe pouca atenção: a tecnologia e a conectividade como ferramentas essenciais para o desenvolvimento urbano. Diante de um mundo cada vez mais digital, a implementação de políticas que incentivem a transformação digital é primordial para promover eficiência, sustentabilidade e qualidade de vida.

 

A ideia de cidades inteligentes - conceito que combina inovação tecnológica com infraestrutura urbana - é um caminho promissor para enfrentar os desafios contemporâneos dos municípios brasileiros. Esse conceito não pode ser tratado como uma utopia distante ou como um simples jargão eleitoral. Deve sim ser integrado às propostas dos candidatos como meta concreta, capaz de melhorar os serviços públicos, reduzir custos operacionais e promover inclusão social.

 

Um aspecto central das cidades inteligentes é o uso de tecnologias da informação e comunicação (TIC) para otimizar a gestão pública. A aplicação de soluções digitais pode, por exemplo, permitir a criação de plataformas que monitoram e controlam o trânsito em tempo real, reduzindo congestionamentos e diminuindo a emissão de gases poluentes. Além disso, sistemas de iluminação pública inteligentes podem ser programados para reduzir o consumo de energia, e sensores instalados em áreas vulneráveis podem prever enchentes ou outros desastres naturais.

 

Essas soluções não são especulações futuristas, sendo que já estão em operação em diversas cidades ao redor do mundo. No Brasil, iniciativas como as de Curitiba e São Paulo têm demonstrado que a digitalização da gestão pública não apenas melhora a eficiência, mas também promove transparência, permitindo que o cidadão acompanhe, em tempo real, a aplicação dos recursos públicos.

 

Outro ponto que merece destaque no debate eleitoral é a conectividade. Em um país no qual o acesso à internet ainda é limitado para milhões de pessoas, a inclusão digital precisa ser tratada como um direito básico. A pandemia da covid-19 mostrou, de forma contundente, como a falta de conectividade amplia as desigualdades sociais. Enquanto aqueles que têm acesso a uma internet de qualidade puderam continuar os seus estudos e trabalhos remotamente, milhões de brasileiros foram privados dessas oportunidades.

 

Nesse contexto, as eleições municipais representam oportunidade única para pressionar os candidatos a incluírem nas suas plataformas políticas de expansão da infraestrutura de internet, especialmente nas áreas rurais e periféricas. Isso passa por incentivos ao setor privado, mas também por um papel mais ativo dos governos locais em parcerias público-privadas (PPPs) e no desenvolvimento de redes públicas de acesso.

 

*Eder Castanheiro é especialista em conectividade, TI e Telecom

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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