Opinião

A arte de viver o presente

"O idoso, que é diferente de velho, é o jovem que deu certo e chegou lá. O tempo a ser aproveitado, portanto, é agora, o momento presente"
Da Redação
12/10/2023 às 10h03
Foto: Divulgação Foto: Divulgação

Por Adelmo Pinho*

 

Viver bem o presente não importa em apagar o passado ou esperar com ansiedade o futuro. Quando se é jovem, vive-se intensamente o presente, já que o passado ainda é pouco experimentado e os projetos são voltados ao futuro.

 

Diferente é quando se atinge a condição de idoso, em que se olha para trás e se constata que, cronologicamente, o tempo que passou é maior do que permite o resto da vida biológica humana; certamente não seremos Matusalém.

 

Um aspecto importante, é que a expectativa de vida do ser humano aumentou, principalmente nos países mais desenvolvidos. Aprendemos com o tempo que pessoas queridas são tiradas de nós muito depressa, muitas vezes, jovens.

 

A arte de viver o presente, nesse contexto, é a busca pela qualidade de vida, procurando-se conviver bem e aproveitar o momento na companhia de pessoas com quem se tenha afinidade. Por isso, é sempre importante ao se despedir de alguém querido (a), que se faça com abraços e beijos, pois pode ser a última vez.

 

Nesta vida terrena, o tempo não volta e nem mesmo as pessoas. Como compôs Elis Regina, em “Velha Roupa Colorida”: “O que há algum tempo era novo, jovem. Hoje é antigo. E o passado é uma roupa que não nos serve mais".

 

Mas, Elis Regina também nos dá uma lição e um conforto na mesma canção, ao refletir: “E precisamos todos rejuvenescer”. A senectude trás experiência e sabiedade. Existem pessoas que já nascem velhas e outras, idosas, que nunca envelhecem: a diferença entre elas está no modo de pensar e encarar a vida.

 

O idoso, que é diferente de velho, é o jovem que deu certo e chegou lá. O tempo a ser aproveitado, portanto, é agora, o momento presente. Como compôs, Geraldo Vandré, na canção “Caminhando”: "quem sabe faz a hora não espera acontecer".

 

A nostalgia do passado ou os projetos do futuro são importantes, desde que realmente aproveitemos o presente. Não é inteligente esperar pela senilidade ou por uma doença para aprender a arte de viver bem o hoje. Como ensinou Shakespeare, em Menestrel: “O futuro tem o costume de cair em meio ao vão”.

 

Viver bem o presente é deixar de lado pessoas e coisas que não importam ... O mundo está cheio de futilidades e precisamos “filtrar” o que realmente nos faz bem, para se ter sossego e paz. Afastar-se de pessoas tóxicas significa escolha.

 

Viver bem o presente é deixar de julgar e não se importar sobre o julgamento dos outros a nosso respeito. Como dizem os adolescentes: “tô nem aí”.

 

Viver bem o presente é ser feliz da maneira que se é, verdadeira, com escolhas próprias, e não como gostariam que fossemos.

 

O ser humano sempre está à espera do amanhã, vivendo o presente, sob o manto do passado. Uma coisa, porém, é certa: viver é e sempre será uma forma de resiliência e de resistência. Portanto, viva o momento, lembrando sempre que o momento é agora.

 

Adelmo Pinho é articulista, cronista e membro da Academia de Letras de Penápolis

 

** Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação

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