Justiça & Cidadania

Réu é condenado a 4 anos de prisão em regime aberto por matar colega de trabalho

Jurados reconheceram o homicídio privilegiado, que reduz a pena, e afastaram as duas qualificadoras
Lázaro Jr.
19/10/2023 às 09h13
Foto: Ilustração/Divulgação Foto: Ilustração/Divulgação

O pedreiro Geilson Teixeira da Silva, 30 anos, foi condenado a 4 anos de prisão, no regime inicial aberto, pelo assassinato do também pedreiro Francisco Nerisvan Costa Silva, 34, colega de trabalho dele, no alojamento onde os dois moravam, no bairro São Rafael, em Araçatuba (SP).

 

O crime aconteceu na madrugada de 31 de março de 2022 e o julgamento aconteceu nesta quarta-feira (18), no Fórum de Araçatuba. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado por emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

 

Porém, durante o julgamento, os jurados acataram pedido da defesa, feita pelos advogados Deuel Gontijo Fernandes Amorim, de Goiás, e Rute Raquel Vieira Braga da Silva, do Distrito Federal. Eles reconheceram o homicídio privilegiado por violenta emoção e afastaram as qualificadoras.

 

A sentença foi proferida pelo juiz Danilo Brait, que concedeu ao réu o direito de apelar em liberdade, já que Geilson cumpriu mais de um ano e meio da pena.

 

Denúncia 

 

Segundo a denúncia, réu e vítima trabalhavam para uma construtora e moravam junto com demais funcionários nessa residência na rua José Madrid Martins. Os dois teriam tido um desentendimento em razão de um pagamento, o que teria motivado o esfaqueamento, que resultou na morte de Francisco no local e na prisão em flagrante de Geilson.

 

Ao ser ouvido na delegacia ele alegou que após o desentendimento, a vítima teria passado a enviar mensagens a ele com a foto de uma arma. Além disso, Francisco teria entrado no quarto dele enquanto o réu dormia.

 

Ainda segundo o réu, a própria vítima teria dito a ele que já havia matado um homem em Petrolina (PE), onde residia, por isso armou-se com a faca e a atacou de surpresa, ao vê-la sentada no quintal da casa.

 

O próprio Geilson contou que mesmo ferido Francisco tentou correr, mas foi derrubado por uma "voadora" desferida por ele, que em seguida voltou a esfaqueá-lo e deu pisões na cabeça da vítima, antes de dispensar a faca e pedir aos demais moradores que acionassem a polícia para se apresentar.

 

Legítima defesa

 

Já em juízo, o réu mudou a versão, alegando que todos na casa estavam dormindo quando Francisco teria batido na porta do quarto dele para ameaçá-lo, dizendo que iria matá-lo. Quando precisou ir ao banheiro, a vítima teria tentado atacá-lo utilizando uma faca, mas ele conseguiu desarmar Francisco e golpeá-lo.

 

Ele confirmou que a vítima tentou fugir, mas não sabia dizer quantas facadas desferiu. Por fim, alegou que teria escorregado e caído sobre a cabeça de Francisco, fazendo com que as testemunhas acreditassem que estaria pisando na cabeça do colega.

 

O Ministério Público foi representado no julgamento pelo promotor de Justiça Adelmo Pinho, que ainda estuda se irá recorrer da decisão. 

 

Outro julgamento

 

O Tribunal do Júri de Araçatuba volta a se reunir na sexta-feira, para o julgamento de José Roberto de Morais. Ele é acusado de tentar matar o próprio irmão, crime ocorrido na casa da vítima, noite de 17 de agosto de 2018, no bairro Vila Alba.

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