Justiça & Cidadania

Polícia faz reconstituição de crime contra líder comunitário na rua Baguaçu

Inquérito foi relatado à Justiça como tentativa latrocínio, mas depois houve a desclassificação para tentativa de homicídio, com possibilidade de Júri Popular
Lázaro Jr.
28/02/2024 às 21h13
Reconstituição aconteceu nesta quarta-feira (Foto: Divulgação) Reconstituição aconteceu nesta quarta-feira (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil de Araçatuba (SP) realizou na manhã desta quarta-feira (28), a reconstituição do crime praticado contra o líder comunitário Valdemar Damião Brito, 51 anos, em abril do ano passado. Inicialmente o caso foi investigado como tentativa de latrocínio, já que os autores teriam esfaqueado a vítima e fugido com o carro dela, que foi encontrado abandonado em um canavial em Birigui, dois dias depois.

 

A reportagem tentou informações sobre o processo, porém, ele tramita em segredo de Justiça. O que foi apurado é que, após o inquérito ser relatado à Justiça, houve a desclassificação do crime para tentativa de homicídio, devido às provas constantes nos autos.

 

Diante disso, houve o aditamento da denúncia pelo Ministério Público, que representado pelo promotor de Justiça Adelmo Pinho, solicitou a realização da reconstituição, ocorrida nesta quarta-feira. Os acusados do crime não participaram.

 

Caso

 

O caso aconteceu na rua Baguaçu, na frente da sede administrativa da GS Inima Samar, na tarde de 3 de abril. Ao ser ouvido na polícia, o líder comunitário disse que a dupla anunciou o assalto, alegando que queria o dinheiro e o carro para fugir, pois o filho do investigado acusado de ser o autor das facadas, seria foragido da Justiça.

 

Os acusados do crime são pai e filho, que foram presos preventivamente dias depois ao se apresentarem à polícia. Em depoimento, eles negaram que tivessem a intenção de roubar Damião. Porém, confirmaram que haviam combinado com de irem ao banco pegar dinheiro para pagar uma prestação relativa à negociação de um terreno, após a vítima ter se oferecido para levá-los.

 

Facadas

 

O acusado de ser o autor das facadas alegou que entrou no carro e se sentou no banco traseiro, enquanto o filho dele teria sentado ao lado do motorista. Na versão dele, o líder comunitário teria ameaçado levar os dois para serem agredidos caso a dívida não fosse paga imediatamente.

 

O filho do investigado teria tentado sair do carro, mas teria passado a receber socos desferidos por Damião. O veículo teria parado no meio da via e o acusado disse que passou a procurar algo para se defender.

 

Ele alegou que encontrou uma faca de serra dentro do veículo e a utilizou para golpear Damião, na tentativa de forçá-lo a parar com as agressões. Ferido nas mãos, inclusive com parte de um dedo decepada, e no pescoço, o líder comunitário teria aberto a porta do carro e ficado preso ao cinto de segurança.

 

Atendendo pedido do filho, o acusado teria cortado o cinto usando a faca e deixado o local em seguida com o carro, a ver que a vítima teria saído andando em direção à calçada.

 

Atropelado

 

No dia seguinte ao crime, um homem que passava pela Baguaçu naquela hora foi à delegacia e contou que estava acompanhado da esposa e do filho do casal, de 3 meses de vida, quando o Hyundai HB20 de Damião surgiu no sentido oposto e invadiu a contramão.

 

Ele falou que o carro estava com a porta do passageiro aberta e a vítima era arrastada com parte do corpo para fora, aparentemente presa pelo cinto de segurança.

 

Para tentar evitar a colisão, ele passou a trafegar bem próximo da guia de sarjeta, mas quando Damião conseguiu se soltar e caiu no asfalto, estava próximo do veículo e imaginou que pudesse ter passado com sobre o braço dele.

 

Essa testemunha, que participou da reconstituição, confirmou ter visto a vítima correr em direção à sede da Samar, onde foi socorrida por outras pessoas, por isso optou por deixar o local. Ao chegar em Birigui, ela telefonou para a Polícia Militar, informou o que havia acontecido e foi orientada a ir ao plantão policial.

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