Justiça & Cidadania

Padre é condenado a 26 anos e 8 meses de prisão

Vítima era coroinha em Penápolis e teria sido abusada dos 14 aos 17 anos, inclusive durante uma viagem
Lázaro Jr.
26/08/2025 às 17h15
Imagem: Divulgação/Ilustração Imagem: Divulgação/Ilustração

A Justiça de Penápolis (SP) condenou um padre que atuou na Paróquia Sagrado Coração de Maria, a 26 anos e 8 meses de prisão, por ter mantido atos libidinosos com um adolescente que era coroinha da igreja comandada por ele, desde quando tinha 14 anos até ele completar 17 anos.

 

O processo tramita em sigilo e o nome dele não será divulgado para preservar a vítima. Além disso, ainda cabe recurso contra a decisão.

 

O réu também foi condenado a pagar R$ 20 mil à vítima, como reparação pelos danos morais sofridos, mas a Justiça concedeu a ele o direito de recorrer em liberdade. Segundo a Diocese de Lins, o padre já está afastado das funções e aguarda a conclusão de um Processo Penal Administrativo.

 

Segundo o que foi apurado, a vítima passou a frequentar a igreja com a família quando tinha entre 12 e 13 anos e com o tempo, passou a atuar como coroinha da paróquia. A convite do padre, passou a acompanhá-lo nas missas na zona rural.

 

Abusos

 

Quando completou 13 anos, teria passado a ser abusado sexualmente. Os abusos ocorreriam durante o trajeto para as missas, em forma de toques no corpo da vítima.

 

Porém, situação mais grave teria ocorrido durante uma viagem que eles fizeram juntos para outra cidade, quando o adolescente teria entre 15 e 16 anos. Na ocasião, os dois teriam dormido no mesmo quarto e a vítima teria acordado com o réu sobre ela.

 

O caso só foi denunciado à polícia cerca de dez anos depois, pois a vítima relutava em contar para qualquer pessoa o que estava acontecendo, por ver o padre como um “Deus”. Ele confirmou em juízo o que havia dito à polícia e revelou que precisou fazer terapia por vários anos em função do que havia vivido.

 

Condenado

 

Já o réu, ao ser interrogado na fase policial, optou por permanecer em silêncio. Ouvido em juízo, ele negou qualquer abuso, alegando ser uma pessoa carinhosa. Porém, ao julgar o caso, foi decidida pela condenação.

 

A Diocese de Lins, à qual o padre é ligado, informou por meio de nota que teve conhecimento da condenação em primeira instância por meio da imprensa. “Desde que tomamos conhecimento da denúncia, envolvendo um suposto abuso sexual de menor, a Diocese adotou todas as medidas canônicas e pastorais cabíveis”, informa. 

 

Afastado

 

Segundo o que foi divulgado, o padre foi afastado das atividades e o caso foi imediatamente comunicado ao Dicastério para a Doutrina da Fé, em Roma, que determinou a instauração de um Processo Penal Administrativo, ainda em curso. 

 

“Como Pastor desta Igreja Particular, manifesto profunda dor diante desse acontecimento, reafirmando nosso compromisso com a verdade, a justiça e o cuidado com todos os envolvidos. Confiantes no Senhor, que é fonte de misericórdia e justiça, peçamos a Ele que nos conceda discernimento, serenidade e firmeza para seguir fazendo da nossa Diocese um lugar seguro e acolhedor para todos”, finaliza nota assinada pelo Bispo Diocesano de Lins, Dom João Gilberto de Moura, e pelo Chanceler do Bispado de Lins, padre Dr. Washington Lair Urbano Alves.

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