Justiça & Cidadania

Justiça concede liberdade provisória ao vereador Dunga, com fiança de R$ 4,7 mil

Passou por audiência de custódia neste sábado da cadeia de Penápolis, onde passou a noite após ser preso em operação
Lázaro Jr.
07/09/2024 às 13h14
Defesa de Dunga conseguiu a liberdade provisória em audiência de custódia (Foto: AG Cardoso/AI Câmara) Defesa de Dunga conseguiu a liberdade provisória em audiência de custódia (Foto: AG Cardoso/AI Câmara)

A Justiça de Araçatuba (SP) concedeu a liberdade provisória ao vereador Antônio Edwal Costa (União Brasil), o Dunga, durante audiência de custódia realizada na manhã deste sábado (7). Ele foi preso ontem, durante a operação “Ligações Perigosas”, após policiais civis terem encontrado uma arma como numeração raspada na casa dele.

 

Uma das condições para a concessão do benefício foi o pagamento de fiança no valor de R$ 4.706,67, segundo a assessoria de imprensa do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). Além disso, como medidas cautelares, o parlamentar deverá comparecer em Juízo sempre que intimado e não poderá se mudar de residência ou se ausentar dela por mais de oito dias, sem comunicação prévia ao juízo competente.

 

Ao concender a liberdade provisória, a Justiça acatou os argumentos da defesa de Dunga, feita pelo advogado Flávio Batistella, durante audiência de custódia na manhã deste sábado, que é feita por videoconferência.

 

Investigado

 

A operação “Ligações Perigosas" é resultado de investigação do Gaeco e da Polícia Civil, que apura possível infiltração da organização criminosa na política em Araçatuba. A facção também estaria relacionada ao tráfico de drogas e os recentes homicídios realizados no bairro São José, em Araçatuba.

 

Durante entrevista coletiva, o promotor de Justiça do Gaeco, Carlos Bruno Gaia da Costa, informou que um ex-assessor de Dunga, que teria trabalhado com chefe de Gabinete dele até recentemente, teria forte ligação com o alvo principal da operação, que seria do alto comando da facção na área 018.

 

Buscas

 

Há suspeita ainda de que o ex-assessor de Dunga estaria envolvido com o tráfico de drogas e ele tem um irmão que seria membro da facção criminosa. Com o objetivo de buscar provas de ligação do vereador com esse assessor, a Justiça autorizou que fossem realizadas buscas em três endereços ligados ao parlamentar.

 

Na casa dele, os policiais, acompanhados de representantes do Ministério Público, apreenderam uma garrucha calibre 28, marca Boito, com numeração raspada. A arma estava desmuniciada, mas junto havia uma munição intacta calibre 38. Também na casa dele havia R$ 28 mil em dinheiro e vários vales no valor de R$ 50,00, para abastecimento em um posto de combustíveis na cidade, além de outros materiais que serão encaminhados para perícia.

 

Equipes realizaram buscas ainda, no gabinete de Dunga na Câmara, onde não foi localizado nada de interesse policial, e na antiga sede da Associação dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo, imóvel ligado a Dunga. No carro dele havia uma pistola calibre 380, com três munições intactas. A arma está devidamente registrada no nome do vereador, que é investigador de polícia aposentado. 

 

O que acontece

 

Apesar de ter tido a liberdade provisória concedida, Dunga deverá ser indiciado por posse ilegal de arma de fogo com numeração suprimida, o que é considerado crime hediondo, com pena que varia de 3 a 6 anos de prisão.

 

Por ter um cargo eletivo, o inquérito relacionado a esse flagrante tramitará na Delegacia Seccional de Araçatuba.

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