Júri de Birigui absolve dupla acusada de matar jovem e atirar nos amigos dele em Brejo Alegre

O Tribunal do Júri de Birigui (SP) absolveu Valdir Pereira dos Santos e Murillo da Silva Gomes, denunciados pelo assassinato de Luan Rafael Rufino Matias e por terem a atirado contra quatro amigos dele, crimes ocorridos em uma propriedade rural de Brejo Alegre, em 19 de outubro de 2016.

O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (9), no Fórum de Birigui, e tanto o Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Rodrigo Mazzilli Marcondes, quanto a defesa, feita pela banca composta pelos advogados Elber Carvalho de Souza, Bruno Alcaraz e Jaco Filho, pediram a absolvição.

Segundo a denúncia, naquela tarde, os cinco amigos foram de carro ao local conhecido como Paredão, no rio Tietê, para nadar. Quando já estavam no local havia algum tempo, eles notaram que um dos integrantes do grupo não estava presente e descobriram que ele teria visto um equino nas imediações e teria decidido montar no animal.

Durante a cavalgada, esse rapaz teria sido surpreendido por Valdir, que surgiu pilotando uma moto e se apresentou como proprietário da égua, exigindo que o rapaz descesse dela e a devolvesse. A abordagem teria ocorrido enquanto o restante do grupo permanecia nadando.

Como esse rapaz demorava para voltar, os demais deixaram o rio e quando estavam na estrada, dentro do carro, o viram sobre o cavalo, estando o réu, na moto, ao lado dele. O condutor parou o carro e teria perguntado o que estava acontecendo.

Tiros

Segundo a denúncia, nesse momento Valdir teria informado que o equino pertenceria a ele e em seguida, sacado um revólver e passado a atirar contra o carro. A vítima que estava na égua desceu do animal e saiu correndo, enquanto as demais fugiram do local no carro, que teria sido perseguido pelo réu.

Durante a tentativa de fuga teria aparecido outra moto, conduzida por Murillo, que teria sido chamado por Valdir para ajudá-lo a recuperar o equino. Ele também estaria armado e teria feito disparos contra o carro das vítimas. Um dos pneus do automóvel teria estourado, mas o condutor conseguiu entrar em um sítio, onde estacionou e ele e os demais colegas desceram e saíram correndo.

Luan teria ficado para trás e foi abordado por Murillo, que teria feito um disparo de arma de fogo contra o peito dele, que teria implorado para não ser morto. Ao ser atingida, a vítima caiu no chão, mas depois conseguiu se levantar e correr por alguns metros, vindo a cair novamente e morrer no local.

Identificados

Os réus teriam fugido logo após os disparos contra as vítimas, deixando para trás uma das motos. Os policiais militares que atenderam a ocorrência relataram que foram ao local após serem comunicados de um furto de uma égua, mas no caminho, souberam que havia uma vítima de disparo de arma de fogo.

Na estrada eles encontraram uma moto estacionada ao lado de um veículo GM Monza, que estava com um dos pneus dianteiros estourado. A vítima estava caída no chão, na companhia de três amigos, na chácara próximo ao local os veículos foram encontrados.

O grupo contou o que havia acontecido, o resgate foi acionado e constatou a morte da vítima no local. Segundo a polícia, não foram constatadas marcas de disparos de arma de fogo no carro ocupado pelo grupo.

Furto

O rapaz que havia montado na égua e que havia fugido foi encontrado pelos policiais na estrada e confirmou a versão dos demais. Quando a equipe estava no plantão policial de Birigui registrando a ocorrência, houve a informação de que havia duas pessoas da sede da PM em Brejo Alegre, apresentando queixa de furto de animal e de uma moto.

Os dois suspeitos foram apresentados na delegacia de Birigui e teriam sido reconhecidos pelas vítimas como sendo os autores dos disparos. O delegado que presidiu a ocorrência na ocasião decidiu por ouvi-los e liberá-los diante das versões apresentadas.