Justiça & Cidadania

Júri condena réus por assassinato de jovem em festa em Araçatuba

Com clima tenso, Ministério Público teve que pedir reforço policial e jurados deixaram o Fórum escoltados após julgamento
Lázaro Jr.
18/05/2024 às 11h45

O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) condenou os três réus que foram a julgamento na sexta-feira (17), pela participação no assassinato do tapeceiro Matheus Henrique Barthmann, 23 anos, morto com cinco tiros na madrugada de 12 de outubro de 2020, em uma festa em uma área de lazer na rua Aviação.

 

Robert da Silva Carvalho foi condenado a 14 anos, 4 meses e 24 dias de prisão. Ele é acusado de ter feito quatro disparos de arma de fogo contra a vítima. Para Wesley Junio da Silva, a pena é de 11 anos e 8 meses de prisão. Ele teria feito o primeiro disparo contra Barthmann, antes de o corréu pegar a arma e disparar os outros tiros.

 

O terceiro condenado é Luiz Guilherme Silva Lopes, que foi acusado de ter participado das agressões ao tapeceiro, sofridas antes de ele ser ferido pelos disparos de arma de fogo. No caso dele, a pena foi de 3 meses e 27 dias de detenção, para ser cumprida no regime inicial semiaberto.

 

Tensão

 

O julgamento no Fórum de Araçatuba começou por volta das 9h e só terminou depois das 22h. Segundo o que foi apurado pela reportagem, o clima ficou tenso durante a sessão, com um dos réus vindo a discutir com familiares da vítima. O Ministério Público teve que solicitar o reforço da segurança, que é feita pela Polícia Militar.

 

A pedido da defesa, os réus haviam sido autorizados a participar do julgamento vestindo trajes normais e a ficarem sem algemas. Porém, durante a sessão, devido ao comportamento de um dos réus, a Promotoria de Justiça requereu que eles fossem algemados e teve o pedido atendido pelo juiz Carlos Gustavo de Souza Miranda, que presidiu o Júri.

 

E ao término do julgamento, o magistrado determinou que todos permanecessem em plenário, enquanto os jurados foram acompanhados por policiais militares até o carro, para deixarem o prédio em segurança.

 

Caso

 

Segundo a denúncia, na madrugada de 12 de outubro de 2020, os três réus, que seriam amigos, participavam de um evento denominado “Domingou”. Wesley teria se desentendido com Barthmann, foi agredido por um soco desferido por ele e revidou.

 

Os amigos teriam auxiliado nas agressões à vítima, que também teve a participação de outras pessoas não identificadas. Quando o tapeceiro estava caído no chão, Wesley teria sacado um revólver e atirado, vindo a feri-lo em um dos braços.

 

Na sequência, Robert teria se apossado da arma e feito mais quatro disparos contra Barthmann, que morreu no local, enquanto os investigados fugiram. Wesley foi o primeiro a ser preso durante a investigação e confessou participação no crime.

 

Robert passou um período foragido e foi capturado ao ser localizado em uma cidade na grande São Paulo. Ele confessou ter participado das agressões à vítima, mas negou ter atirado nela. Já Luiz Guilherme negou a agressão na delegacia, mas as testemunhas confirmaram que ele agrediu o tapeceiro.

 

Julgamento

 

Durante o julgamento, o promotor de Justiça Adelmo Pinho pediu a condenação dos réus, de acordo com os termos da denúncia, enquanto as defesas pediram a absolvição, por negativa de autoria. Os jurados atenderam ao pedido da Promotoria e os réus acompanharam a leitura da sentença de uma sala reservada.

 

Robert e Wesley foram condenados por homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima, enquanto Luiz Guilherme foi condenado por lesão corporal. A ele, o juiz concedeu o direito de recorrer em liberdade. Os outros réus aguardavam julgamento presos e não terão o direito de recorrer em liberdade.

 

Wesley e Luiz Guilherme tiveram a defesa feita pelos advogados Benedito Matias Dantas e Isabela Aparecida Fioroto, enquanto Robert foi representado pelos advogados Milton Walsinir de Lima e César Augusto Silva Franzói.

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