Justiça & Cidadania

Júri absolve acusado de tentar matar homem com 9 tiros em Glicério

Crime teria sido motivado por ciúmes e vítima não pode ser ouvida em juízo por ter sido assassinada 3 meses depois
Lázaro Jr.
13/08/2025 às 18h50
Defesa pediu a absolvição por falta de provas (Foto: Divulgação) Defesa pediu a absolvição por falta de provas (Foto: Divulgação)

O Tribunal do Júri de Penápolis (SP) absolveu em julgamento realizado nesta quarta-feira (13), Jeferson da Silva Souza, da tentativa de assassinato contra Gabriel Victor da Silva Rosa, que residia em Coroados. O crime aconteceu em 17 de agosto de 2024, em Glicério, quando a vítima foi ferida por ao menos nove disparos de arma de fogo.

 

Gabriel foi ouvido pela polícia enquanto recebia atendimento médico e afirmou que reconheceu Jeferson como sendo o autor do crime. Entretanto, ele não pode ser ouvido em juízo, pois foi encontrado morto no final de novembro de 2024, junto com Wellington Vinícius Ferreira de Souza, 28, após serem baleados nos fundos de uma casa na região central de Coroados.

 

Tiros

 

Segundo a denúncia do Ministério Público, a companheira de Jeferson manteve relacionamento com Gabriel anos antes e por esse motivo, os dois passaram a ter desavenças. Na noite da tentativa de homicídio, a Polícia Militar foi informada que uma pessoa havia sido baleada na rua João Marquês da Silva, que fica na praça central de Glicério.

 

A equipe que esteve no local encontrou apenas marcas de sangue ao lado da praça e foi informada que a vítima havia sido levada para o pronto-socorro de Penápolis. Os policiais foram à unidade de saúde e familiares de Gabriel informaram e que ele estava na frente da casa de um amigo quando foi surpreendido pelo atirador, que chegou de moto.

 

Apesar de ter corrido, ele foi atingido por vários disparos. Ainda de acordo com os familiares, o possível autor dos disparos seria Jeferson, que era o atual namorado da mulher com quem a vítima manteve relacionamento. Ouvido na unidade, Gabriel confirmou que Jeferson seria o autor dos disparos. 

 

Denúncia

 

Para o Ministério Público, foi devido a ciúmes que o réu armou-se e foi até a residência do amigo da vítima e tentou matá-la. Segundo a denúncia, Gabriel estava na companhia de amigos e do filho com 5 anos quando foi alvo dos disparos.

 

Ainda de acordo com a denúncia, a vítima teve ferimentos na região cervical e nas pernas, segundo laudos do exame de corpo de delito. Jeferson foi denunciado por homicídio tentado qualificado pelo motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

 

O sogro dele também foi denunciado, acusado de ajudar o genro a se desfazer da arma que teria sido utilizada no crime, dificultando assim, a recuperação de provas essenciais para a instrução do processo.

 

O réu teve a prisão preventiva decretada e aguardava o julgamento preso. Já o sogro dele respondia em liberdade. Os dois foram julgados nesta terça-feira.

 

Absolvidos

 

Durante o julgamento, a defesa do réu, feita pelos advogados Ana Rita Pereira dos Santos, Fernanda Lima e Cesar Franzoi, que sustentou a tese de negativa de autoria, diante da falta de provas de que o réu seria o autor do crime. Segundo a defesa, a vítima foi ouvida quando estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

 

Após a oitiva das testemunhas e interrogatório do réu em plenário, a Promotoria de Justiça também pediu absolvição por ausência de provas. O pedido foi acatado pelos jurados e o juiz Vinicius Goncalves Porto Nascimento, que presidiu o Júri, determinou que fosse expedido o alvará de soltura e Jeferson foi posto em liberdade.

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