O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) condenou os dois irmãos denunciados pelo assassinato de Victor Hugo da Silva Ribeiro, 18 anos, crime ocorrido em 12 de março de 2024, no bairro Alvorada, e por terem atirado contra um amigo dele.
Welisson de Moura da Silva, também conhecido como “Bubinha” ou “Bombado”, foi condenado a 33 anos de prisão, enquanto Igor de Moura da Silva, o “Galinha”, foi condenado a 27 anos e 4 meses de prisão. O julgamento realizado na quinta-feira (28) no Fórum da cidade durou cerca de 12 horas.
Cabe recurso por parte da defesa, mas os réus não terão direito de responder em liberdade. O Ministério Público já adiantou que não pretende recorrer, já que os jurados decidiram de acordo com a denúncia.
Crimes
Conforme já foi divulgado, um amigo de Victor Hugo teria uma dívida de drogas com Welisson e por ter se solidarizado a esse amigo, os dois passaram a ser ameaçados de morte e estavam morando juntos em uma casa na rua Eça de Queiroz.
Naquela noite, Igor esteve na residência para confirmar se as vítimas estavam em casa e foi atendido pelo amigo de Victor Hugo. Ao deixar o imóvel, ele foi ao de encontro a Welisson e os dois retornaram à casa das vítimas, acompanhados de Jameson Alves da Silva, conhecido como “Sabotagem”. Este também foi acusado de participação no assassinato, mas foi morto uma semana depois.
Tiros
Ao chegar na casa das vítimas, elas novamente foram chamadas por meio de palmas, mas desta vez quem atendeu foi a proprietária do imóvel. Ela tentou trancar o portão, mas foi impedida pelos réus.
Welisson invadiu a casa armado com um revólver e, ao perceber que seria atacado, Victor Hugo armou-se com uma faca e se escondeu atrás de uma parede. Quando Welisson passou, ele e o atacou com golpes de faca na altura da cabeça.
Igor e Jameson, que aguardavam no portão, também entraram na casa e conseguiram dominar o jovem, que foi atingido por disparos de arma de fogo e atacado com golpes da própria faca que havia utilizado para se defender.
Victor Hugo teve uma grande lesão no pescoço, que foi praticamente decepado, e morreu no local. O amigo dele, que tinha a dívida com Welisson, estava na casa, também foi alvo de disparos de arma de fogo, mas correu e não foi atingido.
Julgamento
Os réus foram denunciados pelo homicídio consumado e pelo homicídio tentado, ambos qualificados pelo motivo torpe, mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa das vítimas e também por meio cruel, no caso do homicídio contra Victor Hugo.
Durante o julgamento, o promotor de Justiça Adelmo Pinho pediu a condenação de acordo com a denúncia. Os réus tiveram as defesas feitas pelos advogados José Márcio Mantello, Fábio Rogério Alves Guimarães, Bianca de Almeida Costa Silva e Ellen da Silva Costa Palma.
Eles pediram a absolvição pela negativa de autoria e, em caso de condenação, o afastamento das qualificadoras, teses que foram rejeitadas por maioria dos jurados.
Grave
A sentença foi proferida pelo juiz Carlos Gustavo de Souza Miranda, que presidiu o Júri. Ao calcular a pena de Welisson, ele levou em consideração que a vítima tinha menos de 20 anos e foi assassinada na frente de crianças com 4 e 5 anos de idade, que a viram ser praticamente decepada. Além disso, pesou contra o réu o fato de ele ser reincidente.
A pena de Igor foi menor por ele ser primário. Os dois aguardavam julgamento preso e retornaram ao sistema prisional após a sessão.