Justiça & Cidadania

Irmãos acusados de participação na morte do pai de ex-prefeito de Mirandópolis voltam ao banco dos réus

O Tribunal de Justiça determinou o desaforamento da sessão, que será realizada no Fórum de Araçatuba na quinta-feira
Lázaro Jr.
05/02/2024 às 19h37
Foto: Divulgação/Ilustração Foto: Divulgação/Ilustração

O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) inicia as sessões de julgamento na próxima quinta-feira (7), tendo no banco dos réus, dois irmãos acusados de participação na morte do servente Reginaldo Raimundo, 40 anos, conhecido como "Mato Grosso". A vítima, que era pai do ex-prefeito de Mirandópolis, Everton Sodário, foi assassinada na madrugada de 31 de agosto de 2013, em Mirandópolis. 

 

Os três acusados de participação no crime já foram julgados e condenados. Porém, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) acatou a tese do Ministério Público, que argumentou que os jurados não reconheceram uma qualificadora e pediu o afastamento do reconhecimento do homicídio privilegiado.

 

O processo teve sequência com relação a João Ricardo de Moraes, que havia sido condenado a 16 anos de prisão. Segundo o que foi apurado pela reportagem, a decisão já transitou em julgado.

 

Com relação aos irmãos Edivaldo Lima dos Santos e Marcos Lima dos Santos, foi determinado um novo julgamento. O primeiro havia sido condenado a 12 anos, 8 meses e 13 dias de prisão, enquanto a pena do segundo foi de 9 anos e 4 meses de prisão. Ao acatar o recurso do Ministério Público, a Justiça também determinou o desaforamento do julgamento, por isso ele acontecerá em Araçatuba.

 

Caso

 

Conforme já publicado, o crime aconteceu no início da madrugada de 31 de agosto de 2013, no estabelecimento denominado “Pesqueiro do Davi”, em Mirandópolis, onde era realizado um baile. Segundo a denúncia, "Mato Grosso" teria desferido um golpe de canivete em Edvaldo, que revidou e, junto com os corréus, teria passado a agredir a vítima com cadeiradas na cabeça. 

 

"Mato Grosso" foi socorrido e levado de ambulância para o Hospital Estadual de Mirandópolis, chegou a ser transferido para a Santa Casa de Araçatuba, mas veio a morrer na noite do dia 6 de setembro em decorrência dos ferimentos sofridos.

 

Negou

 

Ouvido em juízo, Edivaldo alegou que ao chegar ao baile sentou-se à mesa com João Ricardo e a esposa. Na versão dele, "Mato Grosso" estava de posse de um canivete e o atacou pelas costas. O réu disse que conseguiu segurar a mão da vítima e passou a agredi-la com socos para que soltasse a arma.

 

Ainda de acordo com o réu, o irmão dele interveio e bateu com uma cadeira nas costas de "Mato Grosso", que teria seguido armado com o canivete no meio do salão. Várias pessoas teriam corrido atrás da vítimas até o estacionamento, onde alguém teria arremessado um capacete na direção dela, enquanto ele e o irmão dele deixaram o local para evitar confusão. 

 

Confirmou

 

Marcos confirmou a versão do irmão, acrescentando que após acertar uma cadeirada em "Mato Grosso", ele caiu no chão e os seguranças separaram a briga. Na sequência, ele e o irmão teriam ido embora e presenciado uma confusão no estacionamento.

 

Já João Ricardo alegou que quando "Mato Grosso" tentou acertar Edivaldo com um canivete, ele e a esposa se jogaram no chão, com medo de serem atingidos. Em seguida, ele tentou ajudar Edivaldo a desarmá-lo, dando uma "pesada" na mão da vítima, depois da cadeirada dada por Marcos. O réu já condenado alegou não ter visto se alguém agrediu "Mato Grosso" no estacionamento do local.

 

Os três foram denunciados por homicídio triplamente qualificado pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e mediante recurso que teria dificultado a defesa da vítima. Neste ano, os julgamentos pelo Tribunal do Júri no Fórum de Araçatuba serão realizados às quintas-feiras e não mais às quartas-feiras.

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