Justiça & Cidadania

Gaeco denuncia 8 investigados em operação que investiga fraude em seguradoras

Família de Birigui, composta por homem, mulher e 2 filhas, pode ser condenada por organização criminosa e estelionato cometidos em diversas ocasiões
Da Redação
19/12/2024 às 17h15
Suposto líder do grupo foi preso em um edifício residencial em Araçatuba (Foto: Divulgação) Suposto líder do grupo foi preso em um edifício residencial em Araçatuba (Foto: Divulgação)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Araçatuba (SP) ofereceu na quarta-feira (18), denúncia contra oito pessoas investigadas na Operação Abutre, que apura suposto esquema de fraude contra companhias de seguro de vida.

 

Fazem parte do grupo denunciado, um casal e as duas filhas, que seriam de Birigui, apesar de ele, que é apontado como suposto chefe do grupo, ter sido preso em um condomínio de apartamentos em Araçatuba durante a operação, deflagrada em 21 de novembro, em conjunto com a Polícia Federal de Araçatuba.

 

Caso a denúncia seja aceita, as três mulheres e os cinco homens passam a responder processo e poderão ser condenados por crimes de organização criminosa e estelionato cometidos em diversas ocasiões.

 

Fraude

 

Conforme já foi noticiado, a investigação aponta que o grupo abria empresas de fachada e contratava seguros de vida em favor dessas empresas, com as apólices sendo direcionadas a funcionários, em caso de acidentes de trânsito.

 

Com base em notícias publicadas na imprensa sobre acidentes de trânsito fatais, era feito contato com familiares das pessoas falecidas, que eram comunicadas sobre a possibilidade de receber indenizações do seguro.

 

Em caso de concordância, o grupo tinha acesso aos documentos pessoais e dados do morto e ele era registrado como funcionário de alguma dessas empresas que seriam de fachada, sempre com data retroativa ao óbito.

 

Depois, era emitida a Guia de Recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) com dados falsos e as informações eram enviadas à Previdência Social-GFIP e ao E-SOCIAL, simulando vínculo de trabalho que nunca existiu.

 

Presos

 

Estão presos o suposto líder do grupo, que seria a pessoa responsável por fazer contato com os familiares das vítimas de acidentes fatais, e um morador em Belo Horizonte (MG). Este seria responsável por uma das empresas que seriam de fachada e que estaria sendo utilizada para registrar funcionários de forma fraudulenta.

 

No caso desse investigado, a prisão foi decretada porque pesa contra ele denúncia de que teria ameaçado o funcionário de uma das seguradoras que teria sido vítima de fraude.

 

A Polícia Federal e o Gaeco havia representado pelas prisões da esposa e das duas filhas do homem apontado como líder do suposto grupo criminoso, porém, no caso delas, o pedido foi negado pela Justiça de Birigui.

 

Fachada

 

O argumento para representar pelas prisões das três mulheres é de que elas também seriam responsáveis por empresas de fachada utilizadas para registrar vítimas de acidentes de trânsito fatais.

 

Três dessas empresas são registradas em Birigui e uma em São José do Rio Preto, porém, nos endereços de cadastro não funcionaria nenhuma atividade, de acordo com o que foi apurado pela investigação. Uma das empresas possui patrimônio de mais de R$ 4 milhões em veículos.

 

Também foi pedida a prisão de um homem que tinha registro como funcionário na empresa registrada no nome da esposa do suposto líder do grupo e que teria participado das fraudes.

 

Contra esses investigados a Justiça impôs medidas cautelares. Eles devem se apresentar quinzenalmente no Fórum para comprovar e justificar suas atividades e estão proibidos de fazer contato com os demais investigados e de se ausentar da comarca onde residem sem autorização judicial.

 

Milhões

 

A investigação identificou seis casos em que teriam sido concretizadas as fraudes, o que teria gerado cerca de R$ 6 milhões de prejuízo para as seguradoras contratadas. Porém, não é descartada a possibilidade de que tenham ocorrido outros casos.

 

A Justiça determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 110 milhões em bens e valores dos investigados e o sequestro do patrimônio que eventualmente tenha sido obtido por meio dos crimes. Ao cumprir os mandados de busca durante a operação, foram apreendidos vários veículos.

Entre no grupo do Whatsapp
Logo Trio Copyright © 2024 Trio Agência de Notícias. Todos os direitos reservados.