Justiça & Cidadania

Dono de padaria vai a julgamento acusado de mandar amigo matar jovem

Vítima teria pichado o carro do comerciante, ao saber que ele teria "ficado" com a namorada dele, que era funcionária da padaria; acusado de ser o autor dos disparos também será julgado
Lázaro Jr.
12/11/2025 às 18h44
Crime aconteceu em terreno ao lado da padaria de um dos réus (Foto: Reprodução) Crime aconteceu em terreno ao lado da padaria de um dos réus (Foto: Reprodução)

André Gomes da Rocha e Agnaldo Junio Mendes, conhecido como “Guigui” ou “Gui’, serão julgados pelo Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) nesta quinta-feira (13), pelo assassinato de Patrick da Silva Cezareto, 22 anos, crime ocorrido em 26 de março de 2020.

 

O homicídio aconteceu por volta das 15h daquele dia, na rua Pedro Moreno, do residencial Porto Real. Consta na denúncia que André era proprietário de uma padaria no bairro. A namorada de Patrick seria funcionária nesta padaria e teria mantido um relacionamento extraconjugal com o patrão. 

 

Ao descobrir que estava sendo traído, o jovem teria pichado o carro do dono da padaria e da esposa dele. Sabendo que Patrick era o autor a pichação, André o chamou para conversar, mas ele não teria confirmado o dano.

 

Vingança

 

Para se vingar do dano causado do veículo, o dono da padaria teria pedido a Agnaldo que matasse Patrick. Sem saber que estaria jurado de morte, naquela tarde Patrick foi à padaria acompanhado de outras pessoas para comprar refrigerantes.

 

Segundo a denúncia, após vender o produto, André pediu ao grupo que consumisse a bebida no imóvel ao lado, um terreno cercado por muro. Em seguida, ele avisou Agnaldo, que foi ao local armado com um revólver.

 

Ele chegou na garupa de uma moto conduzida por uma pessoa não identificado, desceu do veículo e entrou no imóvel ao lado, que estava com o portão semiaberto. Ainda de acordo com a denúncia, ao ver o réu sacar o revólver e ir em direção a ele, Patrick gritou: “não Gui, não Gui” .

 

Tiros

 

Porém, ele teria passado a atirar, atingindo a vítima com cinco projéteis, e fugido em seguida. Na ocasião, testemunhas disseram à polícia que após sair do terreno depois dos disparos, o acusado voltou, olhou para a vítima e passou a dor coronhadas na cabeça dela.

 

Aguinaldo só teria parado quando uma das testemunhas interveio e as demais pessoas passaram a gritar por socorro. Ele deixou o local na garupa da moto e foi identificado pelas testemunhas.

 

Morreu

 

A vítima foi atendida por equipe de resgate do Corpo de Bombeiros e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), chegou a ser levada para atendimento médico, mas sofreu uma parada cardíaca e morreu em decorrência dos ferimentos.

 

No início de maio daquele ano, a Polícia Civil cumpriu o mandado de prisão contra Agnaldo, que participava de um culto numa igreja no residencial Atlântico, onde residia. Ele foi detido ao sair da igreja.

 

Negaram

 

Ouvido em juízo, o dono da padaria negou ser o mandante do crime e afirmou que não conhecia Agnaldo, mas conhecia Patrick por ele ser cliente do estabelecimento. Ele alegou ainda que não teria tido qualquer desavença com a vítima, apesar de ter “ficado” duas vezes com a funcionária, sem saber que ela “ficava” com Patrick.

 

O comerciante disse ainda que no momento dos disparos estava em um churrasco e pensou que o barulho fosse de rojão. Porém, a funcionária apareceu dizendo que um homem havia sido morto e ele pediu que ligassem para a polícia.

 

Agnaldo também negou ser o autor dos disparos que mataram a vítima. Em depoimento, ele afirmou que não conhecia Patrick e que não esteve na padaria naquele dia. Disse ainda que não conhecia a padaria e nunca esteve no bairro, além de não ter se relacionado com André.

 

Julgamento

 

O dono da padaria e o acusado de ser o autor dos disparos foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e por motivo torpe, que seria a vingança.

 

Para a Promotoria de Justiça, ao ordenar que o amigo matasse a vítima, André concorreu eficazmente de qualquer modo para o crime, na condição de mandante. O julgamento está previsto para começar às 9h e será realizado no Fórum de Araçatuba.

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