As armas que teriam sido utilizadas no crime foram apreendidas pela Polícia Civil (Foto: Divulgação)
Caíque Junio de Souza Soares, 30 anos, o "Caíque do Água Branca”, volta ao banco dos réus nesta quinta-feira (6), para ser julgado pela acusação de ser o mandante de uma tentativa de assassinato ocorrida em abril de 2020 em Araçatuba (SP).
A vítima é um pintor com 24 anos que foi atingida por cerca de 20 tiros, sofrendo lesões nas pernas, braços, peito e na cabeça. Apesar dos ferimentos, o jovem sobreviveu. O julgamento estava marcado para 20 de agosto desde ano, mas foi adiado devido à ausência de uma testemunha preservada, que não localizada para ser ouvida em plenário.
Na sessão de quinta-feira também deve ser julgado Daniel Barbosa de Souza, apontado como um dos executores do crime. Os dois recorreram contra a pronúncia, por isso não foram julgados junto com o outro denunciado como executor da tentativa de homicídio. Em outubro de 2023, Davi Moura de Oliveira foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão.
Tentativa
Segundo a denúncia, Caíque foi amigo de infância do irmão da vítima, mas os dois se envolveram com o tráfico de drogas e passaram a disputar os pontos de comércio de entorpecentes em diversos bairros de Araçatuba.
Diante disso, Caique teria passado a ameaçar o antigo amigo de infância e toda a família dele, inclusive a vítima. Sendo líder do tráfico no bairro Água Branca, ele resolveu matá-la.
Segundo a denúncia, ele teria ordenado que Daniel e Davi executassem o crime e os dois teriam seguido em um VW Gol até o local de trabalho da vítima. O carro teria sido conduzido por um adolescente.
Tiros
Armados com um revólver e com uma pistola calibre 380, os dois desceram do carro e teriam feito vários disparos na direção do pintor, que estava lavando um carro quando foi surpreendido.
Os acusados de autoria de crime fugiram junto com o adolescente após os disparos e a vítima foi socorrida. Davi foi preso temporariamente durante a investigação da Polícia Civil, que apreendeu uma pistola calibre 380 com numeração raspada e um revólver calibre 38, armas que teriam sido utilizadas na tentativa de homicídio.
Denunciados
Os três foram denunciados por homicídio tentado qualificado pelo motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, sendo Caíque apontado como mandante do crime.
Eles também foram denunciados por corrupção de menor, por terem envolvido o adolescente que conduzia o carro que os levou ao local de trabalho da vítima para a execução do crime.
Negaram
As defesas dos réus foram contrárias à pronúncia e pediram a absolvição, alegando não haver provas da participação deles no crime. Em juízo, os três negaram participação na tentativa de assassinato.
Porém, ouvida em juízo, a vítima reconheceu Davi e Daniel com sendo os atirados, que teriam descido do carro conduzido por um adolescente, identificado posteriormente. Diante disso, a Justiça decidiu que os três deveriam ser julgados pelo Tribunal do Júri.
Defesa
Conforme já foi publicado, a defesa de Caíque, feita pelo advogado Jair Moura, nega que ele tenha participação no crime. Ele afirma que a versão da Promotoria de Justiça não possui qualquer sustentação probatória de que o cliente dele seja o mandante do crime do crime.
“Ao contrário do que se tenta propagar, não há absolutamente nada nos autos do processo que comprove tal alegação, que se encontra solta no espaço, desprovida de qualquer prova idônea”, informou em nota.
Ainda de acordo com o advogado, no âmbito jurídico, a verdade processual é construída sobre fatos e provas concretas, e “não sobre ilações ou narrativas sem lastro”. O julgamento está previsto para começar às 9h e será realizado no Fórum de Araçatuba.