Justiça & Cidadania

Acusado de matar a mãe a marteladas em Araçatuba vai a Júri Popular

Crime aconteceu em 8 de outubro de 2020; incidente de insanidade mental apontou que o réu tem capacidade de compreender o caráter ilícito do ato praticado
Lázaro Jr.
27/02/2024 às 18h38
Alzira Pinto da Silva tinha 74 anos (Foto: Reprodução) Alzira Pinto da Silva tinha 74 anos (Foto: Reprodução)

A Justiça de Araçatuba (SP) determinou que Aqueharu Yamaguchi Júnior, 38 anos, deve ir a julgamento pelo Júri Popular por ter assassinado a mãe dele a marteladas, em outubro de 2020. Alzira Pinto da Silva tinha 74 anos e também era mãe do ex-vereador Cláudio Henrique da Silva, o professor Cláudio.

 

A sentença de pronúncia foi proferida na última sexta-feira (23) e o juiz autor da decisão manteve a prisão preventiva de Yamaguchi Júnior, que foi denunciado por homicídio qualificado pelo motivo torpe; emprego de meio cruel; mediante recurso que dificultou a defesa da vítima; e por razões da condição de sexo feminino. Também pode aumentar a pena em caso de condenação, o fato de a vítima ser pessoa idosa.

 

"... verifico que há, ao menos por ora, indícios de autoria do crime, de modo que os fatos devem ser submetidos à apreciação dos jurados, verdadeiros destinatários das provas destes autos. Assim, à míngua de provas contundentes em sentido contrário, reputo como razoável que a questão seja analisada perante o Tribunal do Júri", cita a sentença de pronúncia. Cabe recurso.

 

Caso

 

Consta na denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Adelmo Pinho, que o réu havia retornado do Japão havia cinco meses e desde então estava morando com a mãe, com quem se desentendia constantemente por ele ser usuário de entorpecentes.

 

No domingo anterior ao crime, Alzira agrediu o filho na frente de amigos. A ação foi filmada e postada nas redes sociais por terceiros, o que fez com que o denunciado se sentisse humilhado e decidisse matar a própria mãe, para se vingar, segundo o Ministério Público.

 

Naquela noite, Alzira chegou em casa trazendo um lanche para o filho, entregou o alimento para e ele e foi para o quarto trocar de roupa. Aproveitando que a mãe estava de costas, Yamaguchi Júnior teria se aproximado e batido na cabeça dela duas vezes, utilizando um martelo.

 

Morreu

 

Após ser atacada, a idosa caiu no chão e pediu para o filho parar as agressões, mas ele a teria segurado pelo pescoço e passado a desferir de 20 a 25 golpes com o martelo na cabeça dela. Em seguida ele tomou banho, trocou de roupa e saiu da residência com o carro da vítima, levando o dinheiro dela.

 

Mais tarde, ele teria telefonado para familiares informando que havia matado a mãe, que foi encontrada já sem vida. Laudo do exame necroscópico apontou que Alzira morreu de traumatismo craniano, mas também apresentava lesões nos braços e nas mãos, indícios de que ela tentou se defender das agressões.

 

Defesa

 

Após a denúncia ser aceita pela Justiça, foi determinada a realização de exame de insanidade mental no acusado, tendo laudo pericial concluído pela imputabilidade do réu, ou seja, que ele pode ser responsabilizado pelos atos cometidos.

 

A defesa de Yamaguchi Júnior se manifestou pela nulidade processual, alegando cerceamento de defesa, pediu a absolvição sumária do réu e, em caso de condenação, requereu o afastamento das qualificadoras e a revogação da prisão preventiva.

 

Pronúncia

 

Porém, a Justiça decidiu pela pronúncia e pela manutenção da prisão preventiva, levando em consideração que o réu confessou a familiares que havia matado a mãe dele com várias marteladas. Yamaguchi Júnior foi preso no dia seguinte ao crime, em uma casa no residencial Atlântico.

 

Ouvido em juízo, ele alegou que antes de matar a mãe havia feito uso de vários remédios e não se lembrava de nada do que havia acontecido. Disse ainda apenas ter visto a mãe dele caída no chão e que um primo dele teria ligado para a polícia e pedido para que ele se entregasse. Porém, alegou também não se lembrar do que havia falado na delegacia.

 

O réu confirmou que uma semana antes de a mãe dele ser morta, ele esteve em um bar e passou a noite fora de casa. Pela manhã, ela descobriu que ele estava no bar, foi atrás dele e o agrediu com um pedaço de pau, mas afirmou que não teria ficado com raiva da vítima por causa das agressões.

 

Por fim, alegou que após a mãe dele morrer ele saiu com o carro e R$ 100,00 que estavam na carteira dela sobre a mesa, esteve em um bar e perambulando pelas ruas com o veículo e usando drogas. Na manhã seguinte foi à casa do primo dele, que sugeriu que se entregasse à polícia, o que fez.

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