O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) condenou Wilson Gonçalves Rodrigues, conhecido por “Wil”, por lesão corporal grave, por ter esfaqueado um colega dele, crime ocorrido em setembro de 2023, em um bar no bairro Palmeiras.
Durante julgamento nesta quinta-feira (17), os jurados acataram pedido do Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Adelmo Pinho, pela desclassificação do crime, já que ele havia sido denunciado por homicídio tentado qualificado pelo motivo fútil.
A pena é de 1 ano e 8 meses de prisão, no regime inicial semiaberto. Como o réu aguardava julgamento preso, ao proferir a sentença, o juiz Carlos Gustavo de Souza Miranda, que presidiu o Júri, revogou a prisão e o réu foi posto em liberdade.
Camisa
Conforme divulgado, na madrugada de 26 de setembro daquele ano, o réu e a vítima ingeriam bebida alcoólica em um bar, acompanhados de uma mulher e da sogra do réu.
Essa mulher que os acompanhava teria elogiado a camisa que Wil vestia, que era do Corinthians, e disse que iria comprar uma igual para dar de presente para a filha dela. Diante do elogio, o réu tirou a camisa e entregou a ela.
Irritado
Ao ser chamar à atenção de Wil, dizendo que a mulher dele não iria gostar de saber que ele havia dado a camisa dele de presente para outra mulher, o réu teria se irritado.
Ele deixou o local, mas voltou em seguida com uma bicicleta, armado com uma faca. Ele disse à vítima que não havia gostado do comentário, os dois discutiram e o colega do réu foi golpeado no peito.
Socorro
Ferido, ele conseguiu deixar o local de moto e pediu ajuda em um posto de combustíveis, de onde foi levado por equipe de resgate ao pronto-socorro da Santa Casa. Segundo a denúncia, a vítima teve o pulmão e o baço perfurados e passou por cirurgia, tendo que permanecer por um período internada.
O réu fugiu levando a faca consigo, mas teve a prisão temporária decretada três dias depois. Ouvido na delegacia, ele confirmou ter sido o autor do golpe de faca contra a vítima.
Defesa
A defesa alegou que o réu não tinha a intenção de matar a vítima e, durante o julgamento, ele voltou a confessar o crime, mantendo a versão de que não queria matar o colega. A vítima também foi ouvida e declarou que não foi perseguida após receber o primeiro golpe, o que vai de acordo com as declarações do réu.
Assim, o juiz entendeu que ficou comprovada a prática do crime de lesão corporal dolosa grave. Ao calcular a pena, foi levado em consideração que Wil possui condenação por tráfico de drogas e a gravidade das lesões sofridas pela vítima. Porém, foi aplicada a atenuante da confissão, que permitiu a redução da pena.
O réu, que praticamente cumpriu toda a pena preso, teve a defesa feita pelos advogados Eder Fábio Garcia dos Santos e Elisangela Carneiro Ferraresi. O Ministério Público já adiantou que não pretende recorrer da decisão.