O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) se reúne nesta quinta-feira (2,) para o julgamento de Diogo Junio Sobrinho, 37 anos, pelo assassinato do catador de recicláveis Dejair Félix da Silva, 48, crime ocorrido em 9 de outubro de 2023, no bairro Umuarama.
Laudo do exame necroscópico apontou que o corpo da vítima apresentava mais de 140 lesões, causadas por golpe faca. Foram constatados 13 ferimentos na cabeça, dois no pescoço, cinco no tórax e mais de 120 nas costas, que causaram perfuração do pulmão e do baço.
O crime aconteceu em um casa na rua Aristides Troncoso Peres, onde Dejair residia. De acordo com a denúncia, baseada no inquérito da DH/Deic (Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais), os dois estariam desde o período da tarde ingerindo cachaça.
Já durante a noite, a vítima teria desferido um tapa no réu e chamado a mãe dele de “sapatão”. Diante da agressão e da ofensa, Diogo decidiu matar Dejair.
Marteladas
Ainda segundo a denúncia, ele teria esperado a vítima se deitar para se aproximar e passar a agredi-la inicialmente com um cabo de martelo, batendo no rosto dela. Em seguida, Diogo teria ido até à cozinha, se armado com uma faca, com a qual desferiu mais de uma centena de golpes em Dejair.
Não satisfeito, ele ainda teria utilizado um enxadão para bater contra a cabeça da vítima. Para fugir, o réu teria furtado a bicicleta de Dejair, a qual não foi recuperada.
O corpo foi encontrado em um colchão na sala e o réu foi denunciado por homicídio qualificado pelo meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima e também pelo furto da bicicleta.
Confessou
Ao ser ouvido em juízo, Diogo voltou a confessar a autoria do assassinato, que teria sido motivado pelo tapa que teria recebido e pela vítima ter xingado a mãe dele. Ele alegou que Dejair estaria em pé quando o atacou com o cabo do martelo.
Já com relação às facadas, a vítima já estaria deitada no colchão, sendo que ele a virou de bruços para esfaqueá-la. Por fim, relatou que não sabia se Dejair já estava morto quando o golpeou com o enxadão e que não sabe porque continuou batendo nele com o objeto, mesmo após ela estar inconsciente.
Ainda de acordo com o réu, ele e a vítima eram “mais ou menos” amigos e se não estivesse embriagado, não a teria matado, alegando estar arrependido. O julgamento será realizado no Fórum de Araçatuba e está previsto para começar às 9h.