Nesta segunda-feira (11) é celebrado o Dia Nacional do Hip-Hop, movimento que nasceu nos anos 1970, nas periferias de Nova York (EUA) como forma de expressão, cultura e resistência, ganhou forças nas ruas e deu voz a comunidades marginalizadas também no Brasil, a partir dos anos 1980.
Desde então, ele tem refletido as vivências das periferias brasileiras, trazendo à tona temas como racismo e desigualdade, a partir de seus quatro elementos fundamentais: o rap, o DJ, o breaking (ou breakdance) e o graffiti.
Eventos como apresentações ao vivo, festivais e batalhas de rima e atividades formativas impulsionam o Hip-Hop pelo país e mantêm vivos para as novas gerações os ideais de coletividade e resistência que o movem.
Mover Arte
E o grupo Mover Arte, de Promissão (SP), é um dos que ajudam a difundir essa cultura, por meio de projetos de difusão e de formação que têm o Hip-Hop como ponto de partida. As ações envolvem principalmente crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.
O projeto envolve artistas/oficineiros de Promissão, Araçatuba, Birigui, Bilac, Penápolis, Marília, Lins, Guaiçara Getulina Carapicuíba e São Paulo. Ele é viabilizado pelo ProAC SP (Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo) e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, com apoio da Prefeitura de Promissão.
Atividades
Um dos projetos realizados pelo grupo é o evento “Mão na Lata”, que está na sua quarta edição e mostra as diversas linguagens artísticas do Hip-Hop evidenciando o graffiti, e a “Batalha da Promessa” - batalha mensal de rimas realizada desde 2019.
Até novembro, serão realizadas mais de 30 oficinas de breaking (dança urbana), MC (rimas), graffiti (arte em muros e paredes com tinta spray) e DJ (“disc jockey”).
Atualmente, o Mover Arte trabalha no projeto “Hip-Hop na Vila”, que oferece oficinas gratuitas a crianças e jovens a partir de 8 anos todos os domingos, na Quadra Poliesportiva do Jardim São João (Vila São João), em Promissão.
A iniciativa visa revelar talentos entre os participantes, estimular o senso crítico e promover a inclusão social, sobretudo das crianças moradoras no bairro. O objetivo é ainda reforçar a ideia de ocupar espaços públicos e lutar pelo direito à cidade, à cultura e ao lazer.
Atividades contínuas
Juliana Foz, uma das coordenadoras do projeto, comenta que diferentemente dos eventos como batalhas e festivais, este tem caráter educativo e com atividades contínuas. “A ideia é que, por meio dos elementos e linguagens do Hip-Hop, as crianças e jovens percebam a arte e a cultura como forma de transformação dentro da realidade delas”, explica.
Ainda de acordo com ela, muitos professores são exemplos diretos de transformação e de que o Hip-Hop pode gerar também um trabalho no futuro, apesar de as oficinas não serem profissionalizantes.
Jeferson Paixão, também coordenador do projeto, destaca que os elemento do Hip-Hop trabalhados durante as oficinas se tornaram ferramentas importantes de conscientização. “A partir de cada elemento do Hip-Hop, as crianças passam a entender mais possibilidades de transformação pra vida deles”, diz.
De acordo com ele, as atividades tiveram início em abril e já é possível notar mudanças de comportamento. “Estamos vendo todos se comprometendo e se apropriando do espaço - a Quadra da Vila São João”, afirma.
Formação artística
Os coordenadores informam ainda que a iniciativa do coletivo Mover Arte mostra como o Hip-Hop segue ativo, promovendo formação artística, ocupação de espaços públicos e inclusão social entre crianças e jovens.
“Com o envolvimento direto da comunidade, o projeto evidencia a força do movimento no interior do estado de São Paulo”, comentam. As inscrições do projeto terminaram, mas quem tiver interesse em participar de alguma atividades pode entrar em contato por meio da página no Instagram: https://www.instagram.com/_moverarte/ (@_moverarte).