Cotidiano

Vigilância Sanitária ainda não concluiu investigação sobre morte de jovem

Está aguardando o resultado do exame de material coletado da vítima para confirmar a suspeita de botulismo
Lázaro Jr.
25/03/2025 às 17h49
Assunto voltou a ser abordado pelo vereador Dr. Luciano Perdigão (Foto: Reprodução) Assunto voltou a ser abordado pelo vereador Dr. Luciano Perdigão (Foto: Reprodução)

A Vigilância Sanitária de Araçatuba (SP) informou que ainda não concluiu a investigação relacionada à morte de uma jovem de 25 anos, por suspeita de botulismo, ocorrida no início deste mês.

 

O assunto voltou a ser abordado na sessão da Câmara na noite de segunda-feira (24) pelo vereador Dr. Luciano Perdigão (PSD). Ele, que é médico, foi quem tornou público o caso na semana anterior, ao revelar que havia atendido essa paciente.

 

Na ocasião, ele teve aprovado um requerimento pedindo informações sobre a fiscalização sanitária em restaurantes em Araçatuba. O vereador também quer saber quantos casos de intoxicação alimentar foram registrados na cidade e se houve algum óbito.

 

Fiscalização

 

Ao falar novamente sobre o caso na última segunda-feira, Dr. Luciano Perdigão argumentou que o requerimento dele teve como objetivo chamar a atenção da Vigilância Sanitária do município, para que todos os empreendimentos de restaurante e lanches sejam realmente fiscalizados. “Não foi apontado nenhum tipo de restaurante”, afirmou.

 

Ele comentou ainda que esteve na Vigilância do Estado durante um ano e quando há um caso suspeito de doença infecciosa, é feito um trabalho minucioso vigilância e investigação. E esse trabalho estaria sendo feito em Araçatuba, de acordo com ele, mas o resultado do exame pelo Adolfo Lutz deverá ser liberado em 30 dias.

 

Imprensa

 

Em seguida, o vereador chamou a atenção para o trabalho da imprensa, que segundo ele, as vezes acaba “torcendo” os fatos ou até "mitigando" algumas informações. “Isso leva a população a comprar determinado tipo de informação até errônea”, disse. Dr. Perdigão comentou ainda que com a velocidade de divulgação das mídias sociais, isso leva à uma desinformação muito grande, trazendo prejuízo para algumas pessoas. 

 

“Falo isso porque quando foi feito o requerimento, não se citou o nome de nada, nem de restaurante, enfim, se a gente fosse fazer um trabalho de investigação e pensar no restaurante ou no último local onde essa moça teria feito a refeição, no mínimo todas as pessoas que tivessem feito a refeição com ela, estariam também doentes ou em óbito”, argumentou.

 

O vereador revelou ainda que há outra suspeita para o óbito, que seria pela síndrome de Guillain Barré, um distúrbio autoimune. Ocorre quando o sistema imunológico do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso, que são os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo.

 

Restaurante

 

Procurada, a Vigilância Sanitária informou por meio de nota da assessoria de imprensa da Prefeitura, que não foram encontradas irregularidades no ato da inspeção sanitária no local onde a jovem que veio a óbito, teria feito a última refeição antes de sentir os sintomas que a levaram a procurar atendimento médico.

 

Segundo o que foi informado, houve inspeção sanitária conforme determina o artigo 69 da Lei 10.083 de 23/09/1998, do Código Sanitário Estadual, e o relatório de inspeção atesta a situação sanitária no ato da vistoria. “Foram analisados documentos referentes às Boas Práticas de Armazenamento e Manipulação, as condições sanitárias do local, além da existência de Licença Sanitária, que encontrava-se vigente no ato da inspeção”, informa a nota.

 

Sem coleta de alimentos

 

Ainda segundo a Vigilância Sanitária, não foi coletada amostra de alimentos no local, pois o alimento ingerido pela jovem foi manipulado no dia 5 de março e a notificação sobre a suspeita de botulismo foi oficializada à Vigilância Epidemiológica e Sanitária apenas no dia 10. Pela legislação vigente, a guarda de alimentos é obrigatória pelo prazo de 72 horas. "Os alimentos produzidos no dia 05/03 foram desprezados no dia 09/03", informa.

 

A fiscalização esteve no estabelecimento ainda no dia 10, uma segunda-feira, quando ele estava fechado, por ser dia de folga dos trabalhadores. “Os fiscais retornaram no dia seguinte, uma terça-feira, e fizeram a inspeção. O estabelecimento estava de acordo com as normas de vigilância”, reafirma.

 

Apesar disso, a investigação segue em andamento porque o órgão está aguardando o resultado do exame feito em material coletado da vítima para confirmar a suspeita de botulismo.

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