Cotidiano

Repactuação amplia número de cirurgias cardíacas na Santa Casa de Araçatuba

De janeiro a abril foram realizadas 224 angioplastias contra 100 no mesmo período de 2024, aumento de 124%
Da Redação
27/05/2025 às 18h00

Entre janeiro a abril deste ano, o Serviço de Cardiologia Intervencionista da Santa Casa de Araçatuba (SP) realizou 224 angioplastias, número 124% superior aos 100 procedimentos realizados no mesmo período de 2024.

 

Segundo a assessoria de imprensa do hospital, esse aumento é consequência da repactuação realizada pela Secretaria Estadual de Saúde com a Santa Casa, que ampliou a cota de 23 angioplastias/mês para média de 60/mês.

 

Em nota, o cardiologista intervencionista Leonado Alves Batista explica que essa repactuação ampliou bastante a cota. “Agora estamos conseguindo fazer mais procedimentos por mês, diminuindo um pouco essa fila que é muito grande, enorme”, afirma.

 

Ele é coordenador do Serviço de Cardiologia Intervencionista da Santa Casa, que é referência para os 40 municípios da área do DRS-2 (Departamento Regional de Saúde). Ainda de acordo com o que foi informado, a angioplastia é uma das principais demandas da unidade especializada em diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. 

 

O procedimento consiste na desobstrução de artérias estreitadas ou bloqueadas, geralmente devido ao acúmulo de placas de gordura. Segundo o hospital, dos pacientes atendidos no primeiro quadrimestre deste ano, ao menos 30% aguardavam na fila de 4 a 8 meses. Porém, há pacientes que aguardam há mais tempo.

 

Infarto

 

Um dos pacientes que foi submetido ao procedimento recente é Paulo Henrique Pereira Valadão, morador de Penápolis, que fez angioplastia na semana passada para colocação de dois stents. Segundo o que foi relatado à assessoria de imprensa do hospital, ele sofreu um infarto há quatro meses e estava aguardando. “Tive medo de não ser chamado a tempo”, revelou à assessoria enquanto era preparado para fazer a angioplastia.

 

O paciente contou que o médico que realizou o procedimento já havia tratado da mãe dele, do pai e do irmão, que também infartaram. Ele relatou ainda que ficou emocionado quando o Serviço de Hemodinâmica ligou para chamá-lo e espera que o irmão dele, que está na fila há quase um ano, também seja chamado. “Ele já colocou dois stents, mas precisa de mais dois. Como estão chamando pacientes da fila, quem sabe ele venha logo”, comentou.

 

Cateterismo

 

Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, a repactuação com a Secretaria Estadual de Saúde na especialidade cardiovascular está movimentando filas de espera por procedimentos cirúrgicos da especialidade. 

 

Entre janeiro a abril, foram realizados 31 procedimentos eletivos, incluindo revascularizações (implantação de ponte de safena) e implantes de prótese valvar (substituição de uma ou mais válvulas cardíacas danificadas por próteses artificiais).

 

Uma das metas, de acordo com o que foi informado, é aumentar a cota de cateterismo, procedimento médico amplamente utilizado, especialmente em cardiologia, para diagnosticar problemas cardíacos.

 

Ele consiste na introdução de um cateter em um vaso sanguíneo, geralmente por meio de uma artéria na virilha ou no punho, o qual é guiado até o coração ou outros vasos sanguíneos. Entre janeiro e abril, foram realizados 492 procedimentos do tipo pelo Serviço de Cardiologia Intervencionista.

 

Capacidade

 

A assessoria afirma que o hospital tem estrutura para acelerar a fila no caso da angioplastia eletiva, que são pacientes que estão aguardando em casa o procedimento. Segundo o que foi informado, o problema é a limitação de leitos, já que o hospital está sempre cheio e os pacientes que fazem angioplastia precisam ficar internados por no mínimo um dia. “Estamos gerenciando uma solução para essa logística”, afirma Batista.

 

Ele, que atua em conjunto com os cardiologistas intervencionistas Humberto Sanches e Bruno França, destaca também a expressiva demanda por angioplastias de urgência e emergência. São atendimentos a pacientes que infartam e precisam do procedimento de imediato. Os casos de urgência e emergência representam aproximadamente 90% de todas as internações realizadas pela Santa Casa.

 

Eletivas

 

Por fim, o hospital informa que outros procedimentos eletivos também foram retomados, a partir de um reajuste no teto financeiro concedido pelo Ministério da Saúde, a partir de fevereiro.

 

Além disso, em março a Prefeitura repassou R$ 5,6 milhões à Santa Casa, como sobra do duodécimo da Câmara, referente à legislatura do ano passado. Com isso, foram ajustados serviços médicos e o dinheiro garantiu o abastecimento de medicamentos e insumos cirúrgicos.

 

Diante desse cenário, foram chamados pacientes que aguardavam na fila de cirurgias eletivas urológicas e de oftalmologia. O Serviço de Urologia tem como meta, realizar 60 cirurgias eletivas por mês, enquanto o Serviço de Oftalmologia atendeu 130 pacientes que aguardavam por cirurgias de catarata e pterígio, durante mutirão realizado recentemente.

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