CTO da Santa Casa de Araçatuba oferece atendimento completo para pacientes com câncer de mama (Foto: Divulgação)
Levantamento realizado pela coordenação do CTO (Centro de Tratamento Oncológico) da Santa Casa de Araçatuba (SP) aponta que metade das pacientes em tratamento de câncer de mama atualmente detectou o nódulo durante exames de rotina.
O número chama a atenção para a necessidade de continuar insistindo na educação de nas campanhas como o Outubro Rosa, já que a outra metade procurou atendimento quando já apresentava sintomas, como alterações na pele, secreção ou aumento da mama, o que caracteriza atendimento tardio.
Ouvido para falar sobre o assunto neste Dia Mundial do Câncer de Mama, o mastologista do CTO, Caio Saito, comenta que as taxas de adesão à mamografia por pacientes assintomáticas vêm aumentando ao longo dos anos.
Apesar de haver essa melhora significativa, ele afirma que ainda há muito a ser feito. “Ainda estamos longe do ideal em relação ao rastreamento de alterações que podem representar o câncer de mama”, informa.
Campanha
O Dia Mundial do Câncer de Mama é celebrado todo dia 19 de outubro, para alertar a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A data é um dos eventos do Outubro Rosa, campanha realizada para despertar em mulheres acima de 40 anos, a importância de realizar a mamografia anualmente.
O médico reforça que exames anuais de mamografia podem reduzir a mortalidade pela doença em até 30%, pois permitem identificar a doença em fases nas quais a paciente não sente nada, como em casos de microcalcificações.
De acordo com ele, apesar de a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia ser para que o exame anual seja feito por mulheres a partir dos 40 anos de idade, as que possuem histórico familiar de câncer de mama ou alguma alteração genética devem iniciar o rastreamento mais cedo.
Saito explica ainda que o autoexame, prática que foi popularizada em décadas passadas, não substitui a necessidade de realizar a mamografia, forma de rastreamento eficiente por suas imagens de alta qualidade, que revelam sinais precoces do câncer de mama.
Incidência
Como ocorre em todo Brasil, no CTO da Santa Casa de Araçatuba o câncer de mama é o segundo de maior incidência entre os casos novos da doença registrados mensalmente. A unidade do Serviço de Oncologia do hospital, que é referência para o tratamento oncológico para 40 municípios, atende em média, 70 novos pacientes com câncer por mês.
Segundo o mastologista, os casos de câncer de mama têm aumentado entre a população, notadamente em pacientes jovens. De acordo com ele, o estilo de vida atual, com alimentação rica em conservantes, exposição à radiação solar e outros fatores, além de fatores genéticos, influenciam o aumento dos casos. “Por outro lado, estamos diagnosticando mais, devido à eficiência das formas de rastreamento”, comenta.
Tratamento
Ainda de acordo com ele, houve avanços significativos no tratamento do câncer de mama, tanto na parte cirúrgica quanto na terapia sistêmica. “Até bem pouco tempo, tínhamos somente quimioterapia branca e vermelha. Hoje contamos também com imunoterapias e terapias alvo, que oferecem respostas patológicas muito melhores”, informa.
Segundo o médico, isso representa aumento da sobrevida, qualidade de vida das pacientes e cirurgias menos invasivas, entre outros avanços evidentes tanto na parte cirúrgica quanto na sistêmica. “Estamos entendendo mais sobre a doença”, afirma.
Para pacientes com câncer de mama, o CTO oferece do atendimento inicial a todas as etapas do tratamento, incluindo consultas especializadas com mastologistas, oncologistas clínicos e radioterapeutas, além do acompanhamento por profissionais multidisciplinares e cirurgias para reconstrução mamária.
O médico explica que além da descoberta precoce, a estrutura disponibilizada para o tratamento são fundamentais para que bons resultados sejam atingidos. “Temos uma estrutura completa que possibilita, por exemplo, que as pacientes que chegam ao CTO sejam encaminhadas de imediato à cirurgia ou para a quimioterapia neoadjuvante”, afirma Saito, destacando a eficiência do tempo cirúrgico.