Cotidiano

Mais de 1 mil profissionais de Enfermagem atuam na assistência aos pacientes na Santa Casa de Araçatuba

Enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem enfrentam diariamente o desafio dos atendimentos de urgência e emergência e de casos complexos em conjunto com a equipe médica
Da Redação
12/05/2025 às 18h59

O Serviço de Enfermagem da Santa Casa de Araçatuba (SP) conta com 1.033 profissionais de enfermagem que auxiliam as equipes médicas para prestar assistência diária a um volume cada vez maior de pacientes e de casos complexos, a maioria em Urgência e Emergência.

 

São enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem que devem ser homenageados nesta segunda-feira (12), Dia Internacional da Enfermagem, que reconhece Florence Nightingale, nascida em 12 de maio de 1820, como a fundadora da enfermagem moderna.

 

Com média mensal de 5 mil pacientes atendido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e convênios privados, o Serviço de Urgência e Emergência da Santa Casa gera 90% das internações no hospital.

 

A responsável técnica de Enfermagem, enfermeira Ariadne Zancheta, explica que tanto no período de estabilização e diagnóstico no pronto-socorro, quanto nos leitos de enfermaria e UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), há um desafio permanente para equipes médicas diagnosticarem esses casos. “No caso da enfermagem, o desafio é o tratamento adequado”, informa.

 

Na opinião dela, a integração dos dois elos cruciais aos atendimentos é decisivo para a boa evolução clínica dos pacientes. E essa integração se consolidou durante a pandemia do coronavírus, quando ninguém sabia como cuidar da doença. "Isso fortaleceu fatores que complementam a formação técnica dos profissionais de saúde: olhar clínico e humanizado apurado e aguçado”, afirma.

 

Olhar clínico

 

O olhar clínico, segundo Ariadne, é decisivo em uma rotina hospitalar constituída de casos complexos, como pacientes politraumatizados. Ela explica que eles demandam avaliações de vários especialistas, manuseios e medicamentos diferentes para cada tipo de trauma sofrido. 

 

A enfermeira acrescenta que crianças com doenças respiratórias, cujos ciclos não ocorrem mais somente no inverno e com número de casos que tem desafiado a saúde pública em todo o país, demandam da equipe de enfermagem um olhar ainda mais atento. “Crianças descompensam muito rapidamente; por vezes, chegam estáveis no pronto-socorro, mas evoluem clinicamente mal muito rapidamente”, informa. 

 

E cabe à equipe de enfermagem detectar essas situações e acionar o médico responsável pelo paciente para adoção de condutas adequadas à reversão do quadro, já no início da piora, para evitar que a criança e os pacientes em geral descompensem.

 

Idosos

 

Há ainda idosos com várias comorbidades que dão entrada no hospital em decorrência de hipertensão, que podem evoluir para AVC (Acidente Vascular Cerebral), ou quadro de diabetes elevada, que pode ter como intercorrência uma cetoacidose diabética, emergência médica causada por falta ou resistência à insulina.

 

Essas são outras situações que exigem um olhar clínico. “Em todos os casos, o médico não fica 24 horas à beira do leito, ele visita o paciente, prescreve a demanda de cuidados e vai embora”, explica. Porém, a enfermagem permanece e consegue observar como o paciente chegou, como está evoluindo clinicamente, detectar evidências de piora e solicitar intervenção médica de imediato.

 

Humanização

 

Ariadne também destaca a necessidade do olhar humanizado por parte da a equipe de enfermagem da Santa Casa, pois muitas vezes, as necessidades do paciente vão além dos medicamentos e procedimentos hospitalares. “Ele pode precisar de uma conversa, um toque, que sua família seja acolhida”, detalha. 

 

Para ela, é fundamental entender a linha de cuidados que esse paciente tem em casa e se restrições pessoais podem ter contribuído para a piora do caso ou estão dificultando o tratamento. “A enfermagem, portanto, vai além dos cuidados técnico-práticos. O olhar e o toque fazem a diferença”, declara.

 

Reabilitação

 

Em nota, a Santa Casa afirma que a associação da formação técnica com a experiência prática e habilidades pessoais dos profissionais, tem possibilitado melhoras, curas e reabilitação de pacientes. O hospital lembra que no final do ano passado, a soma desses fatores foi fundamental para a recuperação emocional de um paciente de 53 anos, que estava internado havia vários dias, por insuficiência renal aguda.

 

Por ser pessoa com deficiência auditiva e de fala, ela não conseguia se comunicar com a equipe responsável pelo tratamento. Foi a enfermeira Joice Tatiana Bortoletti, que lembrou que a técnica de enfermagem Nathalia Oliveira Caldas, é intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Ela passou a visitar frequentemente o paciente, contribuindo para a melhora do quadro clínico dele.

 

Profissionais de Enfermagem muitas vezes não são reconhecidos

 

Os profissionais de enfermagem são humanos e também adoecem, lembra a responsável técnica de Enfermagem, enfermeira Ariadne Zancheta, destacando que por vezes eles deixam suas famílias para irem ao hospital cuidar do outro e de seus familiares.

 

Porém, de acordo com ela, ainda que eles tenham as mesmas necessidades de respeito e compreensão que oferecem aos pacientes e familiares, isso nem sempre é reconhecido. “Na maioria das vezes, a sociedade não reconhece esse profissional, que precisa do mesmo olhar e cuidado. Sofremos ataques durante as rotinas de trabalho, justamente por tentar oferecer o melhor para um número cada vez maior de pacientes”, conta.

 

Os ataques e desrespeito ocorrem principalmente durante os trabalhos burocráticos, com fluxos e tempos incompreensíveis para a sociedade. “Não raro sofremos ataques e desrespeito durante essas rotinas”, diz.

 

Foco

 

Ela justifica que, embora entristeçam, esses acontecimentos não tiram a disposição da equipe de enfermagem, que segue focada no objetivo que é cuidar do paciente. “Pedimos apenas respeito no exercício de nossa função”, reforça.

 

Por fim, ela comenta que mesmo diante da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada ou da falta de colaboradores em vários momentos, a equipe mantém o objetivo, que é prestar atendimento qualificado ao paciente.

 

“De forma geral, com a nossa equipe de enfermagem, eu me encontro feliz, porque diante de todas as dificuldades, em nenhum momento encontro um profissional deixando de fazer o seu trabalho com excelência”, finaliza.

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