Um grupo de idosos que participa do GMF (Programa de Ginástica Multifuncional) do Sesc em Araçatuba (SP), se reuniu nesta quarta-feira (21) na Presidência da Câmara, para pedir ajuda para que o serviço seja mantido na cidade.
Eles decidiram procurar a presidente da Câmara, Edna Flor (Podemos), para que ela faça a intermediação de alguma forma com o Poder Executivo, no sentido de que seja disponibilizado um espaço para que o serviço não seja descontinuado.
Também participaram do encontro a gerente do Sesc Birigui, Andressa Góis; o supervisor de Comunicação e Atendimento da entidade, Marinho Rodrigues; e o presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista) de Araçatuba, Gener Silva.
Ginástica
Segundo o que foi informado, o GMF é oferecido em Araçatuba há 14 anos, na sede do Sesc, que está instalado de forma improvisada em uma casa na rua São Paulo, no cruzamento com a rua Floriano Peixoto. Inicialmente as aulas eram oferecidas em grupo, sem aparelhos.
Porém, há cerca de dois anos o espaço passou a funcionar como se fosse uma academia, com aparelhos. Os inscritos podem utilizar esse serviço diariamente das 7h às 19h30, com atendimento individual oferecido pelos dois instrutores contratados pelo Sesc.
Interrupção
Como a direção do Sesc decidiu que irá ampliar os serviços prestados em Araçatuba, os usuários dessa academia foram comunicados que em junho, o serviço será interrompido. Segundo o que foi informado, os profissionais que realizam esse atendimento, junto com outros 13 que serão contratados, serão direcionados para os novos serviços que passarão ser oferecidos pelo Sesc em Araçatuba, alguns em parceria com a Prefeitura.
Durante o encontro, eles foram informados por Andressa que a direção do Sesc já está procurando um imóvel maior para ser alugado. De acordo com ela, esse imóvel precisa ter um espaço adequado e área multiuso, além de estacionamento.
A ideia, segundo Andressa, é que com a ampliação dos serviços, sejam promovidas atividades para o público de 60 mais, porém para outros públicos também. Ela afirmou que enquanto esse imóvel não for encontrado, o Sesc continua operando no local atual, mas o GMF será encerrado em 27 de junho.
Família
Durante a reunião, os frequentadores da academia afirmaram que não são contra a ampliação dos serviços, porém, querem que o GMF seja mantido. Eles não pouparam elogios para o serviço prestado pelo Sesc e deixaram claro que mais do que um grupo de ginástica, formou-se uma verdadeira família entre os frequentadores.
“Se o Sesc vai ter uma base, essa base poderia ter uma sala voltada para esse público, pois já tem os equipamentos, tem o pessoal”, argumentou uma das participantes.
Outra participante comentou que o serviço oferecido pelo Sesc tem impacto na saúde dos frequentadores e que ela conseguiu ter melhor qualidade de vida depois que passou a participar do GMF. “Eu por exemplo, tenho artrose na coluna, eu nem andava. E eu consegui sucesso no meu tratamento tendo acesso ao Sesc, porque no município eu não encontrei esse tipo de atendimento”, declarou.
Ela acrescentou: “o que que o Sesc representa pra gente? Representa promoção de saúde, representa dignidade no atendimento, representa funcionários qualificados, especializados para nos atender. Então é isso que a gente não quer perder. Se a gente perder esse espaço que é o GMF, é um retrocesso para a cidade”.
Providências
Edna Flor até comentou que o normal na Câmara é a população reclamar de serviços que não são prestados a contento e que surpreende, no bom sentido, pelos elogios feitos ao Sesc pelo grupo que frequenta a academia.
Ela deixou claro que o poder público não pode interferir nas decisões da direção do Sesc, que é uma instituição particular, ligada ao comércio, mas que pode intermediar para tentar manter o serviço em funcionamento.
“Fica claro aqui, a importância do poder público dar a mão ao Sesc, reconhecer que o poder público sozinho está sendo insuficiente e buscar atender também, as reivindicações do Sesc, para que a gente possa atender melhor a comunidade”, comentou.
Mesa Brasil
A presidente da CÂmara destacou, porém, a importância para a cidade da ampliação dos serviços do Sesc, que entre outras coisas, passará a oferecer o Mesa Brasil, considerada a maior rede privada de bancos de alimentos da América Latina.
Em parceria com empresas, propriedades rurais, entrepostos de hortifruti, supermercados, pequenas feiras e comércios, o serviço doa o excedente de produção e alimentos fora dos padrões de comercialização, mas ainda seguros para consumo, que são destinados a instituições como asilos, creches e associações comunitárias.
“Essa ampliação é muito necessária, mas vamos ver se há como fazer o projeto, ampliando, conseguindo novos espaços, sem perder esse trabalho que vocês estão pedindo a continuidade”, disse.