Dentro de pouco mais de duas semanas, quem passar pela zona norte de Araçatuba (SP) já deve ver os preparativos do terreno que receberá a construção do novo terminal rodoviário de Araçatuba (SP), um compromisso assumido pelo prefeito Dilador Borges (PSDB) ainda no primeiro mandato.
Ela será instalada na rua Manoel de Souza, no bairro São Rafael, em área do loteamento Costa, próxima à via de acesso Etelvino Pereira dos Santos e ao trevo da rodovia Elyeser Montenegro Magalhães (SP-463). O prefeito formalizou nesta sexta-feira (1), a autorização para o início das obras, que serão executadas pela Cotema (Construtora e Administradora Mantiqueira Ltda), por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada).
A concessão é baseada na Concorrência Eletrônica realizada pela Secretaria Municipal de Administração em 24 de setembro de 2024. O contrato de concessão tem vigência de 35 anos e prevê a administração, operação e exploração comercial do terminal após a construção.
Custeio
Quando o serviço entrar em funcionamento, mensalmente a Prefeitura deverá repassar R$ 109.976,19 à empresa, dinheiro referente à prestação de serviços e manutenção, totalizando pouco mais de R$ 46 milhões ao longo do contrato.
Ao término do contrato, toda a infraestrutura será revertida ao patrimônio do município, sem custo adicional. Hoje são gastos quase R$ 1 milhão por ano em despesas com manutenção, segurança, limpeza, água e energia do atual terminal rodoviário, segundo a Prefeitura.
Obras
O empresário Paulo Renato de Lima, representante da Cotema, explicou para a reportagem que entre outras coisas, foi atraído pelo contrato a longo prazo. "Como nós já temos expertise em rodoviárias, é um desafio novo", informou.
De acordo com ele, o projeto apresentado prevê uma manutenção menor, o que facilitará a operação, além de melhorar as condições dos usuários da rodoviária. "Facilitará o deslocamento, pois está próxima de rodovia. E sendo de um pavimento só, até para o deslocamento interno é melhor", comentou.
Projeto
A nova rodoviária deve ter área para embarque e desembarque; espaços exclusivos para transporte coletivo urbano, táxis e serviços de aplicativos; espaços para permanência, uso e fluxo de usuários; áreas comercial e de serviços; pátio de manobras para ônibus; área para estacionamento administrativo e de usuários, incluindo veículos de duas rodas e veículos maiores fretados.
Durante encontro com o prefeito nesta sexta-feira, o empresário chegou a sugerir algumas alterações no projeto atual, uma delas relacionada à posição dos banheiros. Ele explicou que o edital prevê que os projetos complementares sejam feitos em 45 dias.
Porém, a empresa pretende, ao mesmo tempo, paralelamente iniciar a terraplanagem no terreno para definir a área, deixando no nível para o início da construção da rodoviária. "Eu acredito que em uns 20 dias dá para começar, pois nós temos que deslocar nosso pessoal para cá, então eu acredito que em umas três semanas" , comentou.
Ainda de acordo com ele, o ideal seria concluir a construção em um prazo inferior aos 24 meses previstos no contrato, para dar início às operações.
Construção de nova rodoviária é resultado de estudo apresentado em 2021
Apesar de a PPP para a construção da nova rodoviária de Araçatuba estar sendo assinada agora, ele é resultado de estudos de viabilidade técnica, econômica, financeira e modelagem jurídica para a concessão para gestão e exploração da rodoviária, apresentado em 2021 pela empresa Geo Brasilis, contratada por meio de chamamento público.
Na ocasião, foi apontada a inviabilidade da remodelação do atual terminal rodoviário e indicadas duas opções de área para instalação do novo terminal de embarque e desembarque de passageiros de ônibus.
Uma delas seria a área do antigo terminal da Ceagesp, no alto da avenida Saudade, que pertence à União e que era a vontade do prefeito Dilador Borges, desde a proposta prevista no plano de governo do primeiro mandato. Porém, durante vários anos o município tentou a aquisição dessa área e não houve resposta positiva.
Futuro
Assim, o estudo apontou que restaria essa área na via de acesso Etelvino Pereira dos Santos. "É um lugar apropriado, uma área grande, que pode pensar no futuro, de ter uma ampliação, 12 mil metros, é chegar no futuro e é isso que estamos fazendo", informou Dilador em entrevista à reportagem.
Ele acrescentou: "Com certeza, vai ser uma rodoviária que no futuro vai ser lembrada que eu acertei, porque a cidade está expandindo para o norte e para o oeste, que é o lado do Taveira (bairro Engenheiro Taveira)".
Segundo o prefeito, existe um projeto prevendo a continuidade da via de acesso Etelvino Pereira dos Santos e da avenida Dois de Dezembro, até Taveira, por isso é preciso pensar a longo prazo.
Sequência
Dilador comentou ainda que espera que o próximo prefeito, Lucas Zanatta (PL), que assumirá em 1º de janeiro, dê sequência à obra, como ele fez com os projetos que herdou em andamento quando assumiu a Prefeitura em 2017.
"Todas as obras que o Cido Serio deixou em construção e até projeto mesmo que eu tive que ir atrás, e recuperar, para terminar a obra, eu fiz e estão todos terminados. E as que eu deixarei, cabe à próxima administração dar continuidade, para não se tornar um elefante branco", argumentou.
Prioridades
Por fim, Dilador explica que optou por não investir em nenhuma melhoria na rodoviária atual, onde também está instalada a Prefeitura, pois a ideia era construir uma sede adminsitrativa moderna, o que não foi possível nesses oito anos. Ele contou ainda que isso o deixa sentido, porém, como administrador, precisa definir as prioridades.
"Eu não tive coragem de gastar aqui R$ 6, R$ 8, R$ 10 milhões, e deixar lá o Mão Divina, o pessoal lá todo dia que chovia, entrar com o pé de barro dentro de casa, ou poira. Não tive coragem de deixar lá o Moreira (Jardim Moreira) sem asfalto, o Pinheiros, e muitos outros bairros, que foram asfaltados", justificou.
Ainda de acordo com ele, nos quase oito anos de mandato, foram pavimentados 18 bairros e investidos R$ 38 milhões em galerias de escoamento de águas pluviais e canalização de córregos, com aconteceu na Pompeu de Toledo. "Então, eu não quis embelezar a Prefeitura, porque não era justo eu gastar esse dinheiro e deixar as pessoas entrarem com seu pé cheio de barro quando chovia dentro de casa ou quando seco, estar com a casa todo dia empoeirada", finalizou.