A direção da Santa Casa de Araçatuba (SP) aproveitou a visita do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, para pedir um novo acelerador linear para poder ampliar o atendimento no serviço de radioterapia do hospital.
O ministro encerrou a passagem por Araçatuba no sábado (12), visitando o hospital, que atende pacientes de 40 municípios da área do DRS-2 (Departamento Regional de Saúde).
Com população estimada de 850 mil pessoas, o atendimento do serviço de radioterapia é feito com apenas um acelerador linear, quando a Sociedade Brasileira de Radioterapia preconiza um aparelho para cada grupo de 400 a 420 mil habitantes.
O equipamento que está em funcionamento da Santa Casa de Araçatuba foi recebido em 2013, justamente quando Padilha era ministro da Saúde. Durante a visita, o provedor do hospital, Petrônio Pereira Lima, comentou que dez anos atrás o ministro ajudou a colocar um ponto final em momento de crise extrema no atendimento oncológico, pois os pacientes precisavam viajar para fazer o tratamento.
Na ocasião, além da doação do acelerador linear à Santa Casa, também foi liberado o custeio para os atendimentos, o que possibilitou dar um salto de qualidade no atendimento de oncologia aos pacientes na região. “Agora estamos novamente em um momento de crise que atinge todo o hospital, mas confiamos que a boa atuação e o comprometimento do ministro Padilha em relação à saúde sejam igualmente decisivos para solucioná-la”, comentou.
Demanda
Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, durante a visita, Padilha conversou com o médico radioncologista Alersonm Molotievschi, que integra a equipe da Central de Radioterapia.
Ele explicou que o equipamento doado pelo Ministério da Saúde em 2013 poderia passar por um "upgrade". Entretanto, argumentou que o mais indicado é que o hospital tenha um segundo acelerador linear, o que possibilitaria aumentar em até 60% o número de pacientes atendidos.
Ainda de acordo com o que foi informado, a Central de Radioterapia da Santa Casa atende de 65 a 75 pacientes por dia em média, dos quais, 18 são casos novos. Diante da alta demanda, os novos pacientes chegam a esperar até 60 dias na fila para iniciar os tratamentos. “Esta espera gera muita ansiedade e sofrimento aos pacientes”, informou Molotievschi ao ministro.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, caso o pedido seja atendido e o Ministério da Saúde doe um novo acelerador linear à Santa Casa, não será necessário mexer na estrutura física do prédio. Isso porque, o prédio da Central de Radioterapia, construído em 2012, conta com uma casamata, espaço no abrigo com isolamento radioativo, com capacidade para instalação de mais um equipamento.
Reunião
Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do hospital, após ouvir as explicações, o ministro das relações institucionais informou que irá trabalhar para o hospital ter a ampliação do serviço de radioterapia, levando a demanda para o Ministério da Saúde, que de acordo com ele, está começando um plano de expansão.
Segundo o que foi informado, foi agendada uma reunião entre os dias 15 e 17 deste mês, em Brasília (DF), entre a direção da Santa Casa e o Ministério da Saúde, para dar prosseguimento às tratativas com relação ao pedido.
Santa Casa quer suspender pagamentos de financiamentos
Outro pedido feito pela direção da Santa Casa de Araçatuba ao ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, foi o congelamento, por seis meses, dos pagamentos de parcelas de empréstimos contraídos pelo hospital nos últimos anos junto aos bancos oficiais.
Segundo o que foi informado, a Santa Casa de Araçatuba possui dívida R$ 106 milhões com empréstimos bancários e o pagamento das parcelas desses financiamentos compromete as receitas. “Uma pausa de seis meses nos pagamentos dos financiamentos dará o folego financeiro que o hospital precisa para colocar em dia os pagamentos dos médicos e fornecedores” , argumentou o provedor Petrônio Pereira Lima.
Emendas
Padilha também ouviu pedidos referentes à liberação do pagamento de emendas parlamentares já empenhadas e que aguardam autorização dos repasses do governo federal.
Hoje existiriam emendas apresentadas por seis deputados federais e pela Bancada Paulista, que somam R$ 3,6 milhões. Delas, somente uma emenda seria direcionada a investimentos em equipamentos. As demais são para custeio e incremento temporário do Teto Mac.
Possível
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, sobre a suspensão do pagamento das parcelas de financiamentos, Padilha informou que isso já foi feito quando ele foi ministro da Saúde e existe sim a possibilidade de voltar a ser feito.
Ainda de acordo com o hospital, a demanda tem apoio da CMB (Confederação das Misericórdias do Brasil). Por ser a causa do endividamento da maioria dos hospitais do País, o órgão também defende que a Taxa Selic seja substituída por outro indexador de correção dos valores referentes a esses financiamentos.
Os empréstimos feitos pela Santa Casa de Araçatuba com a Caixa são corrigidos pela Selic, que em junho foi fixada em 13,25% ao ano.
Tour
Após se reunir com a diretoria do hospital, Alexandre Padilha visitou a área do Serviço de Oncologia e o Hospital do Rim. Ele também conheceu a Farmácia Central e a Unidade Dose Individual, que foram recentemente instaladas e equipadas com recursos do Unisalesiano, obtidos através do programa Mais Médicos, que também foi instituído quando ele era Ministro da Saúde.
“Fico feliz em ver que além de ter trazido mais médicos para Araçatuba, nosso programa trouxe recursos para que a Santa Casa de Araçatuba tivesse uma farmácia moderna”, declarou à assessoria de imprensa.
O ministro recebeu das mãos de Petrônio, o Certificado Amigo da Santa Casa de Araçatuba pelas ações e gestões realizadas a partir de 2011 em benefício ao hospital.